Jacob João Manuel ‘Jacobito: ‘Os que nos traíram receberam bênção apostólica do Estado’

Jacob João Manuel ‘Jacobito: ‘Os que nos traíram receberam bênção apostólica do Estado’

Os amigos com quem esteve na clandestinidade e nas masmorras de São Nicolau conhecem-no por ‘Persistente’. Mas ele é para a maioria apenas Jacob João Manuel ‘Jacobito’, que ganhou alguns dissabores por causa dos dois primeiros nomes, o que fazia com que fosse confundido com o malogrado Jacob João Caetano ‘Monstro Imortal’. Esta é uma das estórias que poderá ser encontrada no livro ‘Pedacinhos do Meu Corpo’, que será lançado hoje, em Luanda, sob chancela da Tamoda Editora. Mais de quatro décadas depois, ‘Jacobito’ ainda pensa que alguns dos antigos detractores dos nacionalistas angolanos, que estiveram ao serviço da extinta PIDE-DG S pudessem ser questionados sobre as razões que lhes levaram a colocar em perigo as vidas de milhares de cidadãos e contribuído para que outros nunca mais regressassem aos braços dos filhos, mulheres, irmãos e amigos. As suas razões na conversa que se segue.

POR: Dani Costa
fotos de Daniel Miguel

Porquê ‘Pedacinhos do Meu Corpo’ como título da obra que vai lançar hoje em Luanda?

‘Pedachinhos’ porque são partes de pedaços dos nossos corpos. Sabe que o meu livro retrata questões históricas sobre a nossa luta de libertação nacional. Tendo em conta que esta luta de libertação teve alguns participantes, e não apenas o ‘Jacobito que está à vossa frente, mas uma gesta heroica que participou dela, então são todos pedaços deste corpo. Então, como eu sou parte destes pedaços, achei por bem pedacinhos. As pessoas até me aconselharam: porque não pedaços em vez de pedacinhos. Achei por bem, porque eu sou parte destes pedaços. Por isso, achei por bem pedacinhos.

O economista Carlos Alberto Marques diz no prefácio da obra que Jacobito apresenta questões que sempre quis ser respondidas. Quais são as questões?

São várias. Por exemplo, no decurso desta obra coloquei uma série de questões que até agora não encontraram resposta.

Pode apontar algumas destas questões?

Em princípio, a nossa independência política deve ser acompanhada pela independência económica. E esta independência económica não está a ser concretizada. Está travada. E porquê? Esta é, de facto, uma pergunta que precisa de ser respondida. Hoje podemos verificar determinadas pessoas com uma capacidade económica, muitos deles até já são milionários, numa pequena franja, mas a gente pergunta porquê se nós lutamos pela emancipação do povo? Este povo encontra- se em condições extremamente difíceis do ponto de vista económico. Como é que isso fica? Onde é que estamos a falhar? O que é que é preciso fazer para que o nosso povo se sinta de facto aliviado e dono de si mesmo?

Sente necessidade de uma ‘Longa Marcha’ como a que fizeram no tempo colonial?

Logicamente! Esta é uma outra caminhada de ‘Longa Marcha’. A independência económica é uma longa caminhada. Portanto, vocês jovens têm a tarefa de pensar já nesta luta que é difícil. Não sei qual é a percepção dos jovens do ponto de vista económico. A independência económica não é estar aqui ou acolá a fazer um esquema para se ter dinheiro.

A ‘Longa Marcha’ que fizeram outrora valeu a pena?

Claro que valeu porque culminou com a libertação do povo.

Nasceu no Dondo. Estudou neste localidade e em Luanda. Tem como figura de referência no aprendizado o então professor Gaspar de Almeida. Quem lê o livro sente que ele está centrado sobretudo nas figuras que se evidenciaram no chamado corredor do Kwanza, entre Dondo e Luanda. Estas figuras são conhecidas ou muitos mantêm-se anónimas?

Sabe que quase 90 por cento das pessoas que conhecem esta realidade já não fazem parte do mundo dos vivos. Vocês que nesta altura não estavam nascidos, não têm a mínima ideia do que se passou. Aliás, os poucos que ficaram, logicamente, sabem que aquele ‘fulano que vai aí’ é aquilo. Mas são poucos os que existem. Como é que está a ‘rapaziada’ hoje? Risos. A ‘rapaziada’ hoje já não é rapaziada. Estão de bengala na mão, como uma característica como me vês. Mas, a ‘rapaziada’ agora já não é ‘rapaziada’.

Quais são os integrantes da então ‘rapaziada’ com quem mantém contacto?

São vários. Meus companheiros. Se tiver a oportunidade de assistir ao lançamento do livro, muitos deles farão parte desta cerimónia.

General Mukongo já não faz parte do mundo dos vivos, o mesmo se passa em relação ao ‘Mulengue- Lengue’. Quais são os companheiros que irão testemunhar os pedacinhos de Jacobito?

São vários. O ‘Mulengue-Lengue’ já não faz parte do mundo dos vivos, mas estão aí outros, como a Engrácia Cabenha, o irmão Amadeu, que neste momento está com problemas nas vistas, está o Contreiras, e tantos outros.

Como é que estão estas pessoas em termos sociais?

Não sei o que quer dizer com isso.

Estas pessoas têm a mínimas condições sociais ou passam pelos mesmos problemas que a grande maioria dos angolanos?

Eu já disse à vossa colega da TPA 2 que nós que nos envolvemos na luta, não esperávamos que as condições estivessem criadas à nosso favor. Há um slogan que diz que ‘quem faz a história não a escreve’. Por isso, em termos sociais, só vos posso dizer que sabem que existe um Ministério dos Antigos Combatentes. O que é que faz? O que responde em relação às minhas necessidades? São 21 mil Kwanzas que me pagam e que recebo mensalmente para resolver os meus problemas sociais.

Esta realidade é que fez com que escrevesse no livro que o ‘antigo combatente é visto como um mero objecto de caridade’?

Claro. É mesmo um mero objecto de caridade. Olhe que até já nem me estava a lembrar disso. Não pode continuar a ser visto como um mero objecto de caridade, mas, sim, como um elemento activo e participativo. É claro que somos marginalizados.

Há três figuras que merecem uma grande atenção no livro, nomeadamente ‘Chico Afonso’, Guilherme Tonet e Neves Bendinha. O que se passou com eles?

Destaco mais estas três figuras porque foram meus companheiros de célula. Sabe que na clandestinidade não trabalhávamos em público, a fazer comícios ou coisa parecida. Era clandestinidade e tinha o seu carácter organizativo, trabalhando em células e postos de informação. Por isso, não perder a oportunidade de lembrar estes três camaradas que citou, nomeadamente ‘Chico’ Afonso, Guilherme Tonet e Neves Bendinha.

Mas também funcionavam um bocado à base do improviso. Aquela iniciativa de levarem uma carta ao Consulado Americano, apresentando as condolências pela morte do Presidente John F. Kennedy, em nome de um propalado Partido Progressista Angolano que não existia, não foi um pouco arriscada?

Improviso em que sentido?

Aquela acção no Consulado Americano. Não foi uma ideia perigosa?

Não, não, não. Algumas acções eram improvisadas, mas eram missões concretas que surgiam. Mas nós programávamos, porque do ponto de vista estratégico tínhamos a nossa forma de actuar. Esta acção que apresenta, em que tínhamos que levar a carta ao Consulado Americano, o nosso objectivo era fazer saber à comunidade internacional que existíamos. Algumas tarefas foram difíceis, mas tínhamos que fazer.

O que foi, na realidade, a ‘Revolução dos Pauzinhos’ que tanto escreveu?

Como é evidente, nós nunca iríamos fazer os preparativos com armas na mão, porque não seria possível. Primeiro, não tínhamos como conseguir as armas. Então, tivemos de recorrer às tácticas que os nossos antepassados utilizaram. Sabe que existiram alguns reinos e eles lutaram contra a presença colonial, cada um à sua maneira. Portanto, fomos atrás destas lutas, destas tácticas e das pessoas mais velhas que ainda mantinham este tipo de tácticas. Isto é o que chamamos de a Revolução dos Pauzinhos’.

É aqui que entram os sobas Kavunje e Kandumba?

É sim. O Kavunje, sim. Se leu bem a estória, o Kandimba era um soba do Bailundo. Referíamo-nos aos sobas daqui da nossa região, concretamente o soba Kavunje da Quiçama daquele tempo, aonde fomos buscar estas experiências.

Tiveram algum treinamento?

Quem foi a esses sítios, são determinadas pessoas. Nós críamos três expedições: a primeira foi para a Quiçama, segunda para Malanje e a terceira para Catete. À procura sempre de pessoas com experiências seculares. Pronto, esta acção falhou, algumas pessoas ficaram presas. A partir daí esta acção dos ‘pauzinhos’ falhou, mas logo a seguir encontramos outros caminhos. A partir já do Uíge onde estava um outro técnico experimentado e preparam uma outra acção.

As pessoas conhecem quem foi Neves Bendinha, seu companheiro de célula?

Existe um bairro chamado Neves Bendinha, que é o Bairro Popular: Mas, se quer que lhe diga, não sei como é que está a família. Ele deixou uma esposa e não sei se ela tem sido apoiada em todas as suas vertentes. Para mim, Neves Bendinha foi o cérebro do 4 de Fevereiro, porque trás a ideia a partir do Prenda, refugia-se no Rangel. Quando falha a revolução dos pauzinhos, a malta dispersa-se. É assim que ‘Chico’ Afonso foge para a área da Quiçama, Neves Bendinha meteuse na confusão do Rangel e nós partimos em direcção ao Dondo. E daí tentamos partir em direcção à Quiçama.

Quando é preso pela PIDE, em 1968, nas instalações da DTA, apontam-no como sendo Jacob João Caetano, o malogrado comandante ‘Monstro Imortal, mas a verdade é que também se chama Jacob João. Houve sempre coincidências do género?

Era uma questão de nomes. Chamo- me Jacob João Manuel e o ‘Monstro Imortal’ chamava-se Jacob João Caetano. Portanto, eles aplicaram-me aquele truque para eu disse que conheço Jacob João Caetano.

Quais são as recordações que tem de São Nicolau?

Era um campo de concentração. Quem leu as histórias sobre nazismo sabe o que era um campo de concentração. Na Alemanha, por exemplo, as ossadas ainda estão lá. Se tiverem a oportunidade de visitar este sítio vão encontrar as ossadas. Não cheguei a ir porque estava hospitalizado, mas os meus colegas tiveram esta oportunidade. Em relação a Angola, o nosso caso era mesmo uma coisa terrível. Era mesmo um campo de morte. Só passados alguns anos é que eles começaram a diminuir com a pressão externa.

Como era zona do ‘arame farpado’ que tanto menciona no livro?

Era uma área vastíssima, cerca de arame farpado, onde todo o preso que chegasse era conduzido. Era um local de tarimbas, casas feitas de capim onde vivíamos. Era mesmo um local de castigo.

O que significava ‘comeu andou, ngamela pwa’?

Risos. Íamos para o trabalho e davam- nos de comer, logicamente.

Fuba e feijão podre?

Era mesmo fuba podre, feijão pobre e com algumas lagartixas à volta. Tiravam logo do saco e punham no caldeirão para ser cozinhado. Era a única comida que existia, por isso tínhamos que comer. Ao meio dia davam-nos esta refeição caso não chovesse. Se chovesse, as lenhas estavam molhadas e os cozinheiros não cozinhavam. Só podíamos comer à noite quando chegássemos ao arame farpado. Então, o ‘ngamela pwa’ era: depois de comermos ao meio-dia, então logo a seguir obrigavam-nos a levantar e seguir com os nossos instrumentos para trabalhar. Os auxiliares, quando estivessem a assistir os homens a colocarem aqueles escombros nas gamelas, obrigavam ‘ngamela pwa’, o que queria dizer que a gamela tinha que estar cheia. Por isso, tenho o pescoço dorido até hoje. Os guardas daquela área eram: os kwissis.

As mortes do menino morto porque tinha de ir fazer necessidades maiores e não ter avisado, assim como a de Saturnino, que acabou por ver os dois olhos arrancados pelos colonialistas, foram as coisas que mais lhe marcaram?

Sim, mas eles não pararam por aí. As mortes continuaram e todos os dias saíam caixões no arame farpado.

Eram caixões pretos como se diz por aí?

Sim, caixões pretos. Alguns eram já pessoas com uma certa idade e não aguentavam o embate.

Nota-se um certo sentimento de repulsa em relação àquelas pessoas que integravam a PIDE. Continua a defender a criação de uma comissão que analisasse a participação destes à semelhança da África do Sul, por considerar que os antigos bufos tiveram direito a uma ‘benção apostólica’ em Angola?

Claro. Receberam a bênção apostólica. Naquela altura, em que era o Presidente Agostinho Neto, pedimos uma audiência e preparamos um memorando para levar a ele, porque gostaríamos que a justiça fosse feita. Além de outras questões que fomos explicar, pedimos-lhe que a justiça fosse feita relativamente àqueles que, de facto, nos perseguiam de uma forma terrível.

Ainda existem muitos antigos bufos da PIDE entre nós?

Eles prejudicaram a nossa acção. Denunciaram toda a nossa actividade. Repare que estou preso, a ser ouvido e alguns deles apareciam a dizer: ‘apertem mesmo que ele sabe muito’. O nosso patrício chegava junto dos investigadores e sem pejo pediam para apertar porque sabe muito. Como é que se sente uma pessoa que passou por esta humilhação? Sinceramente, tivemos que falar com o Presidente Agostinho Neto para que justiça fosse feita.

Qual foi a resposta do Presidente Agostinho Neto?

O Presidente disse-nos que esta questão não era apenas da sua competência e que iria submetêla ao Comité Central do MPLA. Se submeteu ou não ao Comité Central, não sabemos, porque disse-nos que depois disso iria convocar- nos. Mas nunca mais nos convocou. Tanto quanto sabemos hoje, também não foi nada submetido ao Comité Central do MPLA. Insisto na questão anterior. Conhece muitos ex-bufos da PIDE que estão entre nós desde a conquista da independência? Por isso eu disse que eles receberam a ‘bênção apostólica’. O senhor é católico ou protestante?

Eu é que faço as questões. Que tipo de bênção foi?

Conhece aquela bênção apostólica que diz ‘graças ao nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus esteja convosco’. Esta é a bênção apostólica. Quando o Presidente Agostinho Neto, depois de ter recebido o nosso memorando, em que pedíamos para que a justiça fosse feita, não nos deu uma resposta. Posteriormente, ele sai a terreiro no seu discurso, referindo-se justamente ao nosso memorando e diz assim: ‘camaradas há que não sentem a guerra e colocam problemas secundários como primários’, no primeiro parágrafo. E no segundo dizia o seguinte: ‘nós não podemos levar ao ostracismo aqueles que durante a nossa luta traíram os seus compatriotas’. Isso da boca dele. Quer dizer que eles nos perseguiram, mas não podiam ser levados ao ostracismo. A partir daí, por isso digo que eles receberam a bênção apostólica. Depois disso percebemos que alguns deles já estavam inseridos nos órgãos do Governo.

Insisto: conhece muito antigo bufo que circula por aí?

Com certeza, a circularem por toda a parte.

Incluindo em órgãos governativos?

Sim, senhor. Por isso estou a dizer que receberam a bênção apostólica. O traidor da pátria recebe a bênção e nós colocados na retaguarda. Coloque- se no meu lugar, como é que se sentiria.

Eu é que pergunto: como é que se sente?

Claro, mas há perguntas que sugerem uma outra pergunta.

Quem safa Chico Afonso foi Rui Ceita, um antigo chefe de posto na Quiçama, mais outros que se encontravam em Icolo e Bengo, foram traídos por ‘Sidónio’, que acabou por contribuir para a prisão de muitos nacionalistas. Mas durante a independência alguns responsáveis acobertaram a ida dele à República de Espanha. Houve muitos casos semelhantes?

O Sidónio tinha os seus companheiros na actividade que desenvolvia. Ele estava na fazenda em Catete desempenhando as suas actividades colocadas pela PIDE para controlar aquela área da terceira região político-militar.

Com o lançamento do livro vai deixar de ser ‘o homem do deserto que tinha a memória aprisionada’?

Exactamente. Neste momento já me sinto aliviado, porque as minhas memórias vão sair a público. As pessoas vão puder ler as minhas lembranças e, se calhar, utilizá-las para serem pessoas diferentes.

Mantém as velhas ideias de ajudar a transformar São Nicolau num município ou distrito e construir nele uma universidade?

Exactamente. Por isso, coloco a questão no livro. Não posso aceitar que um monumento histórico como aquele seja um local para mandar delinquentes. Porque é que nos outros países eles são respeitados? São considerados monumentos históricos. Passaram milhares e milhares de revolucionários naquele campo. Na minha modesta opinião, gostaria que aquilo fosse um local especial e que retirassem dali os presos e fossem para outras localidades.

Ainda sente muito pelo facto de o Executivo angolano ter ajudado a reconstruir a cadeia de Tarrafal e não ter feito o mesmo com São Nicolau e outras cadeias por onde passaram?

Aí é que está. É que consiste a minha resposta em relação à sua pergunta. No Tarrafal estiveram os nossos compatriotas do Grupo dos 50, presos portugueses e outros. Em São Nicolau estiveram não só nós os angolanos, como também os cabo-verdianos e outros do PAIGC. Qual é a razão da diferença? O Governo preocupou-se em recuperar Tarrafal, tornando- o de facto um monumento histórico e não fez nada disso em relação a Angola. Fala-se da Prisão de São Paulo, mas não há nada lá de especial. Isso para não falarmos do Missombo e São Nicolau onde, de facto, não há nenhum sinal de que estes dois sítios são monumentos históricos.

O Executivo preocupa-se muito com a política externa?

A política externa só é boa quando a política interna está boa. Isto é dialéctico. Espero ver qual será a reacção do meu Governo a este respeito, porque vou insistir. Eu vou continuar a insistir.

Vai continuar também a insistir numa data que honre os Mártires? 0 4 de Fevereiro e o 15 de Março são significativos?

Se estão incluídas, então foram mal incluídas, porque logo após a independência o meu Governo não se preocupou em saber aonde é que estão as valas comuns que os colonos fizeram. Só na minha terra, no Dondo, existem duas valas comuns. Nem vi nenhum Ministério da Cultura que se preocupou em saber a localização destas valas, porque se existisse preocupação iriam saber. Lá estão enterradas muitas pessoas. Tenho lá familiares, incluindo o meu pai.

São consequências do ‘holocausto’ que houve em Angola, como aborda na abertura no livro?

Sim. Eles são mártires. Ou não são mártires porque não são pessoas ilustres? Se fossem já se iriam preocupar.

Considera-se um ‘Persistente’?

Claro, serei persistente até à morte, porque não concordo com determinadas coisas que vejo. Então persisto para que estas questões sejam resolvidas.

Como é que recebeu o apelido ‘Persistente’ durante a época colonial?

Porque sou persistente. Fiquei preso uma vez e as pessoas pediram-me para que ficasse quieto e não me envolvesse outra vez. Até me disseram que não tinha juízo. Vim do campo depois de cinco anos, em que me deram uma oportunidade de vir passar umas férias, mas não fiquei quieto porque não dava.