Horizonte Ngola Kiluange inicia sessões de teatro em Luanda com “Única Opção”

Horizonte Ngola Kiluange inicia sessões de teatro em Luanda com “Única Opção”

As sessões, promovidas pelo referido colectivo, tiveram início Quinta-feira, no Auditório Nzinga Mbande, e estarão em cena até Domingo, 25, no Anfiteatro Actos e Cenas, em Luanda.

POR: Valquíria Martins

Três dias marcarão a exibição da peça teatral “Única Opção”, pela Companhia de Teatro Horizonte Ngola Kiluange, em diferentes palcos da cidade capital. A peça, inicialmente encenada no Auditório Nzinga Mbande e na LAASP, tem a duração de 1 hora e narra a história de 12 irmãos, dos quais, 10 raparigas, que muito cedo perderam os pais. À volta de inúmeras dificuldades por que passavam na procura de emprego após a morte dos seus progenitores, uns decidiram abraçar uma vida imoral.

Movidos pela dor e a solidão, os rapazes preferiram enveredar na delinquência e as meninas na prostituição, de modo a manterem a casa e impedir que a irmã mais nova abandonasse os estudos. Depois de realizar vários assaltos, um dos rapazes, Bruno, passou a ser procurado pelo Serviços de Investigação Criminal (SIC). Sara, uma das raparigas prostitutas, conhece o jovem Fortunato, agente do SIC, com o qual começou uma relação. Porém, esta não sabia que o seu irmão Bruno estava a ser procurado no bairro por aquele que mais tarde tornar-se-ia o seu namorado.

Longe de qualquer desconfiança, Fortunato queria descobrir o causador de tanto desgosto de muitas famílias no bairro. Certo dia, o namorado, juntamente com a sua equipa do SIC, resolveu entrar na casa do jovem Bruno e encontra a sua namorada Sara. Desconfiado, Fortunato, perguntou pelo seu irmão, mas Sara negou, dizendo que naquela residência não moravam homens. Impaciente, o namorado ordenou que Sara fosse castigada pelos seus colegas até que dissesse onde Bruno se encontrava.

Pouco depois, a jovem morre. Bruno é detido pelos Serviços de Investigação Criminal (SIC) e deixa os seus irmãos preocupados e cheios de medo. António Vundi, director da Companhia, em conversa com OPAÍS, dr adiantou que, com esta peça pretende- se transmitir ao vasto auditório que não é preciso roubar ou prostituir-se para levar o pão à casa, e apelou aos jovens que aguardem pelo seu momento de glória, de modo a não comprometerem o seu futuro que pode ser brilhante. “A prostituição e o roubo ou outras práticas menos correctas nunca serão a melhor forma de singrar ou de sobreviver”, alertou. A intenção, segundo o responsável, é levar a mesma peça aos palcos do interior do país, sobretudo às províncias do Uíge, no Cine Ginásio, na Casa da Juventude do Cuanza- Norte e em Malanje no cine com o mesmo nome.

O grupo

A Companhia de Teatro Horizonte Ngola Kiluange foi fundada a 26 de Outubro de 2006, na Escola do São Pedro, actual 1152. “A Maldição”, “O Casamento”, premiado no FestPaz2016, “A alma do drama”, “Por uma Noite”, “Agostinho Neto e Libertação de Angola”, são peças que já levou ao palco.