Trégua humanitária na Síria foi violada, alerta Onu

Trégua humanitária na Síria foi violada, alerta Onu

A Organização das nações unidas (ONU) confirma a retomada dos confrontos na manhã de ontem em ghouta Oriental, perto de Damasco, apesar da trégua humanitária decretada Segunda-feira por Moscovo, “os confrontos prosseguem esta manhã, são as informações que recebemos”, declarou o porta-voz do Escritório de Ajuda Humanitária da ONU, Jens Laerke, a jornalistas em genebra, confirmando relatos referentes a explosões

O general russo Viktor Pankov dá conta de “bombardeamentos massivos”, impedindo a retirada de civis sírios de Ghouta Oriental. “Os rebeldes estão neste momento a bombardear intensamente e nenhum civil conseguido sair da área”, revelou à imprensa o oficial russo responsável pela monitorização do campo Al-Rafidain.

“O regime sírio lançou, desde as 09 horas, nove ataques, incluindo seis de artilharia, dois com explosivos e uma invasão aérea”, disse à AFP Rami Abdel Rahmane, director do Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH). De acordo com a agência EFE, três projécteis atingiram a população de Harasta, enquanto um caiu em Duma, a maior cidade de Ghouta Oriental, e outro numa área que separa ambos os locais. Além disso, vários projécteis atingiram também a área de Mesraba. Por sua vez, a Oposição síria atribui a violação do regime de trégua ao Presidente da Síria, Bashar alAssad.

“O regime sírio não cumpre a trégua humanitária e bombardeia Ghouta Oriental sob pretexto de estar a lutar contra a Al-Qaida”, referiu ontem, Terça-feira,27, um portavoz do Exército Sírio Livre à agência de notícias Interfax.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, Segunda-feira, ordenou uma trégua humanitária que começou ontem Terça-feira na região, mas foi logo interrompida. “Por ordem do Presidente russo e com o objectivo de prevenir vítimas entre a população civil de Ghouta Oriental, desde 27 de fevereiro (…) será introduzida uma trégua humanitária”, afirmou o ministro da Defesa russo, Serguei Choigu.

A trégua que o ministro russo vinculou à resolução 2401, aprovada no Sábado pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas, prolongase até às 14 horas. Desde o dia 18 de Fevereiro que Ghouta oriental tem sido alvo de ataques da aviação de combate síria e russa e da artilharia de campanha governamental.

A acção militar já causou 568 mortos, entre os quais 141 crianças e 85 mulheres, segundo os últimos dados do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, organização não-governamental com sede em Londres.