Deputados indignados com a destruição de campos agrícolas no Uíge

Deputados indignados com a destruição de campos agrícolas no Uíge

O Grupo Parlamentar da UNIT A denunciou esta Quarta-feira,7, em Luanda, a devastação de campos agrícolas de camponeses da aldeia Njila Ngola na comuna de Vista Alegre, município do Kitexe,(Uíge), pelo empresário Mayeye André Filho, através de constatações feitas no terreno, mas este refuta as acusações, em declarações feitas ontem, 9, à Rádio Nacional de Angola(RNA.

POR: Iracelma Kaliengue

A acusação foi feita pelo deputado Joaquim Nafoya, em conferência de imprensa, quando fazia o balanço de uma visita de deputados da UNITA, por si liderados, àquela localidade, no dia 2 do mês em curso. Os parlamentares apuraram, junto da população, que as lavras dos cidadãos foram destruídas e que os mesmos estão impedidos de se aproximarem dos terrenos. Joaquim Nafoya considera que atendendo ao volume de depoimentos apresentados pela população e constatados pela sua delegação, integrada pela deputada Clarice Mukinda e pelos assessores, Figueiredo Mateus e Manuel Mumbica, a situação configura “um verdadeiro conflito de terras”. Acrescentou que os deputados concluíram que decorre no terreno uma efectiva expropriação ilegal de terras, com base no que a Constituição da República de Angola prevê, no nº 2, do artigo 37º.

Silêncio das autoridades

Joaquim Nafoya disse ter-se verificado um silêncio por parte das autoridades administrativas locais e uma clara cumplicidade da polícia, que ao invés de manter a ordem e tranquilidade públicas, “colocou-se ao serviço do suposto empresário”, declarou. No rescaldo da ocupação dos terrenos agrícolas com plantações de mandioca, milho, feijão, batata-doce e outras culturas, todos os que reivindicavam as suas propriedades foram detidos. Segundo a fonte, entre os camponeses detidos constam uma criança de 2 anos e um idoso de 65, Joaquim Rodrigues, tendo os campos sido ocupados .

Em consequência dessa ocupação, segundo a fonte, os camponeses passam necessidades acrescidas para o sustento de suas famílias, porque estão a ser impedidos de aceder às suas lavras, sob pena de morte, segundo alegam os camponeses. A extensão de terra foi ocupada por um suposto empresário, e está a ser protegida por guardas armados, segundo ainda o deputado Joaquim Nafoya. A população de Njila Ngola é essencialmente camponesa, pratica uma agricultura de subsistência, cultivando mandioca, batata-doce, feijão, ginguba, citrinos, entre outros. Existe há pouco mais de 100 anos, e com cerca de 200 famílias, a aldeia de Njila Ngola está situada à sul da comuna de Vista Alegre, município do Dange-Quitexe, província do Uíge, ao longo da estrada nacional número 100.