Caso emergência

Caso emergência

Em Camanongue, a ministra da Saúde descobriu que a obra do novo hospital tem o banco de urgências no centro e não na parte frontal. Ou seja, uma emergência tem de atravessar parte do hospital para ser atendida. Uma invenção angolana que deve merecer um prémio internacional, certamente, de brincadeira com o dinheiro público e de falta de respeito pelos cidadãos.

Por: José Kaliengue

Quem aprova, quem fiscaliza e deixa passar, quem contrata uma obra deste género deveria ser julgado. A ministra zangou-se com os empreiteiros, errou o alvo. Que veja no seu ministério quem foi que aprovou o projecto, que veja quem deveria fiscalizar, e no Moxico também deve questionar como foi que ninguém percebeu o embuste. O empreiteiro executa um plano que não elaborou.

A qualidade da obra pública deveria ser algo sagrado, mas isso depende sobretudo dos titulares, é o nome deles que fica ligado a obra. Que ao menos tenham a pretensão de legar aos filhos e netos um nome íntegro, que lhes dê orgulho. Vai-lhes ser muito mais útil que o dinheiro “poupado” para o bolso e que resulta em obras sem qualquer qualidade.

A roubalheira de dinheiros públicos, talvez alguém ainda não se tenha apercebido, está a inviabilizar este país. Sra. ministra Sílvia Lutukuta, boa ideia esta de rever os projectos hospitalares, mas olhe também para o seu ministério, para o das Obras Públicas, para o das Finanças, para os Governos provinciais e, faça-nos um favor, faça saltar a tampa a alguém na PGR. É uma emergência