Académico chama atenção sobre despedimentos anárquicos nas empresas

Académico chama atenção sobre despedimentos anárquicos nas empresas

O académico angolano Kiamvu Tamu chamou a atenção aos gestores dos recursos humanos das empresas públicas e privadas sobre o excesso de zelo nos despedimentos dos trabalhadores

Texto de: Ireneu Mujoco

Esta preocupação foi manifestada Sábado, 28, em Luanda, durante a sua aula de sapiência aos primeiros 55 finalistas do Instituto Superior de Ciências de Administração e Humanas (ISCAH), que neste mesmo dia receberam os seus diplomas de fim de curso.

Dirigindo-se aos novos licenciados em Gestão de Recursos Humanos, Contabilidade e Administração, Economia, Direito e Psicologia, Kiamvu Tamu disse que actualmente uma “simples infracção” resulta em despedimento do trabalhador.

Apesar de defender a assuidade ao trabalho, afirmou que a maioria dos que são vítimas desta consequência é a nova força de trabalho, composta sobretudo por jovens trabalhadores recém saídos das universidades.

Nesta senda, apelou aos novos formados em Gestão de Recursos Humanos para mais ponderação sobre esta situação, quando assumirem as suas funções em empresas públicas ou privadas.

Licenciatura não é o limite

Chamado a intervir no acto, o director- geral do ISCAH, Sapalo António, depois de destacar o percurso da sua instituição, iniciado há cinco anos, disse aos finalistas que o conhecimento não termina com a conquista da licenciatura.

“Hoje começam mais uma trajectória da escola da vida, a contínua aprendizagem e superação profissional”, afirmou o responsável, para quem os novos formados “devem saber aprender humildemente com todos”.

Segundo Sapalo António, “este deverá ser o melhor segredo nas vossas relações funcionais e vivenciais”, e condição indispensável no profissionalismo, na aquisição de competências e na conquista de admiração e consideração.

Aos finalistas, disse ainda que o emprego nunca deve ser o centro da formação, argumentando que a sociedade espera por muito mais destes novos quadros lançados desde Sábado no mercado de trabalho, cujos cursos duram quatro anos.

Pediu-lhes que sejam “pessoas íntegras, autocríticas, pessoas intervenientes e críticas” onde estiverem inseridas, contribuindo na transformação da sociedade e na construção da sua auto-suficiência financeira, permitindo-lhes criar emprego para outras pessoas.

Novos cursos

Finalmente, anunciou para o próximo ano académico a abertura de novos cursos de licenciatura e de pós-graduação em várias áreas do saber.

Assistiram à cerimonia, para além dos familiares dos finalistas, representantes das Associação dos Psicólogos de Angola, dos Contabilistas e outros convidados, que foram foi brindados com uma peça teatral e cânticos de agradecimentos a Deus entoados por um coro da Igreja Metodista Unida (IMU).