Cartaz: Realizador Jorge António “leva” cinema ao centro e periferia de Luanda

Cartaz: Realizador Jorge António “leva” cinema ao centro e periferia de Luanda

O Camões-Centro Cultural Português e a Fábrica de Sabão do Cazenga acolhem, em paralelo, a mostra de cinema “Jorge António Filmar (em) Angola”, que arranca a 21 de Maio e decorrerá até ao dia 27 do mesmo mês

O cineasta português, radicado em Angola há quase 30 anos, leva quatro filmes que serão exibidos nesta mostra em que são resumidos, em tempos diferentes e temáticas específicas, a relação profissional do artista, mas também a relação muito pessoal do homem com o país que o acolheu.

Assim, conforme fez saber a organização, no primeiro dia (21-2ª feira), será exibido o documentário “Paisagens propícias”, que representa a relação principal de Jorge António com Angola, como produtor da Companhia de Dança Contemporânea de Angola.

No segundo dia será exibido “Kuduro, fogo no Museke”. É um dos filmes do autor mais vistos. Integra uma trilogia do realizador dedicado à música popular urbana angolana. Foi pioneiro na abordagem de um género musical, “Kuduro”, que viria a tornar-se um fenómeno internacional.

Os filmes “O Miradouro da Lua” e “A Ilha dos cães”, também constam nesta programação. O primeiro foi a primeira longa-metragem de Jorge António e a primeira co-produção entre Portugal e Angola no pós-Independência.

O segundo é o trabalho mais recente do realizador, numa adaptação da obra “Os senhores do areal”, de Henrique Abranches, cujas filmagens decorreram no deserto do Namibe, um dos seus locais de eleição em Angola.

O filme havia-se revestido de alguma polémica por ter sido rejeitado pelas distribuidoras comerciais em Angola, com a alegação de que o público local não tinha dimensão intelectual para entender a história. Trajectória Jorge António nasceu em Lisboa a 8 de Junho de 1966.

Durante os estudos secundários inicia uma actividade cine-clubista e realiza uma dezena de filmes amadores em suporte 8mm e Super 8. Em 1985 ingressa na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa, onde se licenciou, especializandose na área de produção.

Desde então, sempre esteve ligado ao cinema e audio-visuais. Colaborou com Paulo Branco, Atlanta Filmes, Cunha Telles, Shots, Arca-Fime, Latina-Europa, Fundação Calouste Gulbenkian, RTP, Instituto Camões, Rosa Filmes, Cinemate, LxFilmes, entre outros, portugueses e estrangeiros, em mais de quatro dezenas de produções, entre as quais se destacam, “Filha da mãe”, “Non, ou a Vã Glória de Mandar”, “Lusitânia Expresso”, “Pop-Off”, “Corte de Cabelo”, “Suspiros de Espana”, “Macadam Tribu”, “Morte no Estádio”, e “The Boy and The Sea”. Participa, em Portugal e no estrangeiro, em Encontros, Conferências e Workshops sobre Cinema. Fomenta e colabora na edição de obras e revistas sobre cinema, como a Revista de Cinema, Cinema em Português, Cartazes de Cinema, Cadernos de Cinema, Cinema em Angola, Dicionário da Lusofonia, Cena Lusófona, Boletim IACAM, Angola, o Nascimento de uma Nação, Vol. I, II e III. Realizou o seu primeiro filme com apenas 24 anos, tornandose no mais jovem realizador português daquele tempo. Em 1991 inicia-se na realização de cinema com a curta metragem “O funeral” e, em 1993, durante período da guerra em Angola, realiza a longametragem e 1ª co-produção luso-angolana “O Miradouro da Lua”. Foi membro do Júri ICAM no Concurso Selectivo às Co-Produções em 2004; membro do Júri ICAM no concurso selectivo a co-produções com os PALOP em 2004; membro do Júri oficial do Festival Caminhos do Cinema Português em 2006 e 2016; membro do Júri ICAM no concurso Festivais de Cinema 2006; membro do Júri oficial dos Encontros de Viana 2008; membro do Júri do FESTJovem 2009; membro do Júri Sophia Estudante 2017. Entre 2007 e 2009 foi consultor para assuntos internacionais do Instituto Angolano de Cinema, Audiovisual e Multimédia e Membro da Comissão Organizadora do 1º Festival Internacional de Cinema de Luanda (FIC Luanda), em 2008. Em 2010, no âmbito do Festival Internacional de Cinema (FIC Luanda) recusou o Prémio do Melhor Documentário pelo seu trabalho “O Lendário Tio Liceu e os Ngola Ritmos”, oferecendo o valor monetário a uma instituição de solidariedade de apoio a crianças. Desde 1995, é produtor executivo da Companhia de Dança Contemporânea de Angola, da coreógrafa e investigadora Ana Clara Guerra Marques, organizando e produzindo workshops, espectáculos e tournées em países como Angola, Portugal, Polónia, Índia, Gabão, Camarões, Congo, Senegal, China, Coreia do Sul, Cuba