Mestrado no Uíge de costas viradas a novas candidaturas

Mestrado no Uíge de costas viradas a novas candidaturas

A medida visa proporcionar a qualidade de ensino nessa graduação e responder positivamente às recomendações das instâncias superiores do sector, de acordo com o responsável dessa acção formativa

POR: Alberto Bambi

Por causa das constantes insistências de inscrição no mestrado de que tem sido alvo o ISCED do Uíge, por parte de licenciados nas especialidades de Pedagogia e Psicologia Escolar, provenientes de várias partes do país e do interior da província em causa, o coordenador do Curso de Mestrado, Dissengomuka Sebastião Alexandre, adiantou a OPAÍS que o Instituto Superior de Ciências da Educação local não está a proceder de má fé, virando costas a novas candidaturas. “Só estamos a cumprir com o que está estabelecido por lei e consta das recomendações do Ministério do Ensino Superior, cujo propósito maior é garantir a qualidade na formação desses quadros de Angola, de modo que, finda a referida instrução, possam prestar um serviço válido.

De acordo com o coordenador do único curso de mestrado, no Uíge, cada sala desta graduação só pode ter 30 candidatos. “A ser assim, o mestrado inscreveu esse mesmo número de estudantes para cada curso, por isso controlamos, nas duas especialidades, 60 candidatos que, em 2019 poderão sagrar-se mestres em pedagogia e Psicologia Escolar”, referiu o professor universitário, valendo-se do facto de até ao dia desta entrevista não ter desistido nenhum estudante. Relativamente às solicitações, adiantou que ainda existem pessoas que só se aperceberam que o ISCED do Uíge está a ministrar curso de mestrado, mas não se preocuparam em saber se as inscrições já terminaram.

A desinformação não acontece apenas com os interessados residentes fora da província, porquanto, ao nível local, alguns indivíduos também procuram inserção. “As sessões de aula começaram em Março deste ano e já estamos no fim do primeiro módulo, com indicativos positivos dos instruendos, que dia-a-dia vão animando o corpo docente”, gabou-se Dissengomuka Sebastião, tendo revelado que a direcção da instituição teve o cuidado de seleccionar os melhores entre os mais de 30 candidatos, sendo alguns provenientes de Cabinda Zaire e Luanda, além de outros de municípios do Uíge como Negage, Quimbele e Quitexe.

Para corresponder à exigência discente, o mesmo tratamento mereceu a classe docente destacada na referida graduação, ao ponto de se reunirem 17 professores universitários com as categoria de titulares e auxiliares, soube OPAÍS do seu interlocutor, que acrescentou o facto de todos estes terem o grau de doutoramento. Segundo o coordenador do mestrado, entre os 17 docentes está um catedrático angolano residente em Paris (França), que se desdobra sacrificadamente em duas unidades orgânicas de nível superior, já que está destacado na UNESCO e foi recomendado e contratado para prestar o seu contributo nesse desafio, que cobra a presença de alguém com as suas qualidades e experiências. Trata-se do professor Pedro Massala NSingue Barros.

Recém homenageado

Por dedicar a sua vida na formação de formadores, desde 1982, O professor Dissengomuka Sebastião Alexandre, que começou a sua carreira de docente universitário no Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED) do Lubango, província da Huíla, foi homenageado, Sábado último, em Luanda, pelo Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES), fruto do seu bom currículo e contributo como instrutor, sobretudo pela luta por um ensino de qualidade, livre de práticas de corrupção. Sobre tal honra, o docente universitário desabafou dizendo que vale mais um reconhecimento em vida do que os exercícios, que considera esforçados e com alguma carga de falsidade, feitos quando um cidadão com obras merecidas e reconhecidas deixa de fazer parte do mundo dos vivos.