Angola e Portugal trabalham no novo plano de cooperação 2018 e 2021

Angola e Portugal trabalham no novo plano de cooperação 2018 e 2021

Durante cinco dias os ministros da Defesa de Angola, Salviano Sequeira, e de Portugal, Azeredo Lopes, vão trabalhar em Angola, passando em revista todos os protolocos de cooperação existentes entre os dois Estados no domínio da defesa. No final dos trabalhos vão rubricar um novo programa quadro para o quadriénio 2018 – 2021

Texto de: Iracelma Kaliengue

A 17ª reunião da comissão bilateral luso- angolana, no domínio da Defesa acontece numa altura em que as acções do Executivo angolano estão viradas para a reforma e modernização do Estado, segundo afirmou ontem, em Luanda, o ministro da Defesa Nacional, Salviano Sequeira, no acto de abertura do encontro com o seu homólogo português.

Afirmou que o Governo está ciente de que é indispensável para Angola um sistema de segurança forte e eficaz, para preservação da paz e da estabilidade e para garantir um desenvolvimento económico e social saudável e próspero. Acrescentou que que Angola continua a apostar na restauração e redimensionamento do Sistema de Segurança Nacional, conformando- se aos constrangimentos vigentes, a geopolítica e a geoestratégia regional africana e mundial.

O titular da pasta da Defesa Nacional disse que “as Forças Armadas representam um pilar de sustentação da paz em Angola e, por este facto, são regularmente chamadas a adaptar-se às transformações resultantes dos constrangimentos de vária ordem a que o país é submetido”. Lembrou que a participação de Portugal em projectos de cooperação no domínio da formação tem sido de grande valia, sendo a língua portuguesa um factor facilitador nesta cooperação.

Disse ainda que entre os dois países existem vários programas em acção, dentre eles o programa de formação de quadros, a partir do qual se desenvolvem projectos específicos, com cursos técnicos diversos em Portugal e em Angola. Fez saber que “a área de formação decorre de forma satisfatória e está a ser implementada de forma articulada e coerente, o que é compensador para os dois países”.

Cooperação técnico-militar entre os dois países tem sido benéfica para Portugal Por seu turno, o ministro da Defesa de Portugal, Azeredo Lopes, disse que a sua vinda a Angola autentica o interesse do seu país em renovar e reforçar o seu compromisso de manter os acordos com a República de Angola no domínio da defesa. Disse que o último programa quadro de cooperação técnico-militar que os dois países assinaram concluiu a sua vigência.

“É, por essa razão, o melhor momento para que se faça uma validação dos resultados e também o melhor para se projectar compromissos futuros”, declarou o ministro.

Disse ainda que o relacionamento ao nível da defesa e das forças armadas tem constituído bases mais solidas, mais institucionais e mais leais da cooperação entre Portugal e Angola. “Acredito que é chegado o momento de alçarmos este relacionamento e essa cooperação a um novo patamar, passando do nível técnico e militar para aquilo que tem significado a cooperação no domínio da defesa”, frisou.

Para si, a implementação dos mesmos estão apoiados em programas verdadeiramente inovado-submeres, com benefícios mútuos e partilhados, sendo que a cooperação tem de ser vantajosa e benéfica para cada uma das partes envolvidas. O governante luso destacou as acções dos últimos três anos e avaliou de forma positiva o alcance dos objectivos preconizados.

“A cooperação no domínio da defesa representa um contributo real e de facto de Portugal e de Angola como produtores de segurança global, regional e sub-regional”. declarou. Ministro da Defesa luso recebido em audiência pelo PR angolano

Ainda ontem, o ministro da Defesa português foi recebido em audiência pelo Presidente João Lourenço. À saída da audiência, Azeredo Lopes disse aos jornalistas que “Angola e Portugal partilham uma relação de história comum, de amizade e de cooperação que, evidentemente, não é perturbada por pequenos incidentes”.

O governante português considerou excelentes as relações entre os dois países no domínio da defesa, área em que “sempre trabalharam muito bem”.