Trump é processado por separar famílias na fronteira

Trump é processado por separar famílias na fronteira

Onze estados norte-americanos apresentaram nesta Quinta-feira (21) a um tribunal federal uma acção contra a política do Presidente Donald Trump de separar famílias de imigrantes ilegais na fronteira.
Bob Ferguson, procurador-geral do estado de Washington, introduziu o recurso ao qual aderiram Massachusetts, Califórnia, Illinois, Maryland, Oregon, Novo México, Pensilvânia, Iowa, Nova Jersey e Minnesota.

“Essa é uma política desonesta, cruel e inconstitucional e vamos detê-la”, disse Ferguson em comunicado. Trump assinou na Quarta-feira um decreto para reverter a sua política de “tolerância zero” que gerou repúdio nacional e internacional e fez com que mais de 2.300 crianças fossem separadas de seus pais imigrantes, na sua maioria provenientes da América Central.

Mas até ao momento não ficou claro como essa decisão será aplicada e quando permitirão a reunificação das famílias agora separadas. A acção alega que o Governo federal viola o devido processo estabelecido na Constituição e exorta a corrigir as “falhas” da ordem executiva de Quarta-feira, que “não faz nada para reunificar as famílias já divididas pela política”.

Também exige que “evitem imediatamente a prática de se negar
solicitações de refúgio”. “Os Estados pedirão ao Presidente que cumpra a lei e a Constituição”.

Segundo o gabinete de Ferguson, 200 imigrantes estão em prisões de Washington, 174 deles mulheres. “E mais de um terço dessas mulheres são mães obrigadas a separar-se dos seus filhos, que vão desde crianças de um ano a adolescentes”.

“A maioria não fala com os seus filhos há semanas e o Governo federal não deus às mães nenhuma informação sobre o paradeiro dos seus filhos”, destaca a acção.

O Presidente Trump tem sido processado por outras polêmicas decisões, como acabar com o programa Daca, que protege da deportação imigrantes chegados ao país quando crianças, e pelo decreto que proibia a entrada de cidadãos de seis países de maioria muçulmana.

As cidades-santuário, que não cooperam com as autoridades federais na captura de imigrantes, também foram alvo de batalhas judiciais.