Polícia apresenta hoje supostos autores do terror no Mundial

Polícia apresenta hoje supostos autores do terror no Mundial

“Eles dizem que a vítima teria reagido ao assalto e, posto isso, efectuaram os disparos que o atingiram mortalmente”, detalhou uma fonte de OPAÍS

Texto de: Paulo Sérgio

O Serviço Provincial de Investigação Criminal (SPIC) de Luanda procederá hoje, em conferência de imprensa, à apresentação de três cidadãos apontados como sendo os autores do assassinato do jovem Carlos de Oliveira, de 31 anos, morador do bairro Mundial, município de Belas, dois dias depois do balanço da Operação Relâmpago, realizada em 11 províncias.

Este crime, ocorrido numa residência localizada na zona da Praça Antiga, perto do Colégio Jamar, chocou a sociedade luandense pelas sevícias a que foram submetidos o malogrado, a sua mulher e os seus dois filhos. Segundo uma fonte da Polícia, os três suspeitos, detidos há uma semana, alegaram durante a instrução processual que dirigiram-se à residência do casal com o propósito único de se locupletarem dos seus bens materiais, de tal modo que a morte do chefe da família não fazia parte do plano inicial.

“Eles dizem que o falecido terá reagido ao assalto e, posto isto, efectuaram os disparos que o atingiram mortalmente”, detalhou uma fonte de OPAÍS. Por causa dos dois disparos que o atingiram no lado esquerdo do peito, Carlos de Oliveira sucumbiu diante do olhar da sua amada esposa. O seu sangue escorreu pela sala da residência.

O trio já foi apresentado ao representante do Ministério Público junto a este órgão de investigação, tendo aquele, por seu turno, formalizado a detenção dos mesmos. Os peritos do SPIC Luanda trabalham arduamente para deter o quarto integrante do grupo que se encontra prófogo.

O crime ocorreu na madrugada de um Domingo, dia reservado à adoração ao Senhor para os Cristãos, quando os marginais, empunhando armas de fogo, invadiram a residência do casal, situada numa zona até então considerada calma, balearam com dois tiros o chefe da família, maltrataram os três membros e roubaram os seus haveres. Em declarações a OPAÍS, à data dos factos, um dos cunhados da vítima mortal, conhecido por Chinho, disse que os dois meliantes entraram na residência pela parte de trás, por volta das 2 horas da madrugada, sem arrombarem a porta, situação que levanta desconfianças, e surpreenderam o casal no quarto.

“Não queremos nada, só viemos para matar”, foram as palavras que os delinquentes enfatizavam, segundo Chiquinho. Apesar de terem dito que o objectivo que os levou a invadir a residência era tirar a vida, os meliantes desarrumaram a casa toda, até que encontraram uma catana, objecto que usaram para agredir o casal. No momento em que decorria o acto de terror, os filhos do casal, de onze e quatro anos, permaneciam trancados no quarto, onde tinham sido postos pelos meliantes. As crianças, em desespero, choravam, mas nada podiam fazer, pois nenhum dos vizinhos saiu em seu socorro.