Preferimos assim

Preferimos assim

A Polícia Nacional tem estado mais comunicativa, isso é indesmentível. Ou, melhor, o Ministério do Interior, já que são os seus gabinetes de comunicação que dão a cara tanto para casos que envolvam a Polícia, como para aqueles que envolvem o SIC.

POR: José Kaliengue

Sim, tem estado a acertar na comunicação, apesar de em muitos casos ser demasiado reactiva, abrindo caminho para todo o tipo de especulações. Pior, quando comunica, tem a tendência de ser absoluta. E aí as coisas só têm vindo a piorar. A comunicação tem de ter a preocupação de ser e parecer credível. Vejamos: um jovem foi baleado quando saía de um banco e o seu dinheiro foi roubado, a Polícia não comunicou a ocorrência. Uma professora foi assassinada pelo marido, também não foi comunicado. Este tipoe tipo de casos não tem de esperar pelo balanço semanal, até lá, em termos de de especulações, o estrago já está feito. A parte pior, no entanto, é como se comunica. Veja-se dois casos que chocaram o país nos últimos dias: a morte de uma família em Benguela, em que Polícia assumiu na hora ter-se tratado de homicídio passional seguido de suicídio, e o caso da morte de Lucas Chivukuvuku, em que a Polícia revelou terse tratado de um acidente de viação. Não está em causa a verdade, mas sabendo-se como reagem as pessoas perante a morte, e em casos desta natureza, algo misteriosos, num primeiro momento bastaria dizer: “estamos a investigar e não descartamos qualquer hipótese”, tal como anunciam a abertura de inquéritos nos casos em que estão envolvidos efectivos seus.