Empresa Lival acusada de dever 30 milhões de Kz aos seus trabalhadores

Empresa Lival acusada de dever 30 milhões de Kz aos seus trabalhadores

A dívida, que estava orçada em 48 milhões de Kwanzas, foi reduzida para 30 milhões depois do acordo assinado no Tribunal Provincial de Luanda em Novembro de 201. Até ao dia de ontem, os trabalhadores não viram a dívida a ser paga

POR: Stela Cambamba

Estão nesta condição um total de 29 trabalhadores da empresa de transporte de combustíveis denominada Lival, que prestaram serviço a esta organização durante três anos e lhes foram pagos apenas dois, sendo que a reclamação deste último ordenado levou os empregados e a entidade empregadora a tribunal. De acordo com Baltazar Teodoro dos Santos, que falou em nome dos colegas, de 2016 a 2017 os funcionários procuraram conversar com a direcção, que prometia solucionar o problema dos atrasos salariais mas esta não cumpriu as promessas.

Os trabalhadores, muitos com os olhos cheios de lágrimas, pediram que a empresa Lival resolvesse a questão, porque têm famílias para sustentar, os filhos a serem expulsos da escola, entre outras situações constrangedoras. A dívida seria paga em sete prestações, a partir do mês de Novembro de 2017 e terminaria em Maio de 2018, mas até ao momento nenhuma prestação foi paga. Agastados com a situação, considerando que todos são chefes de famílias e muitos já viram os seus filhos fora das escolas por não terem condições de os manter no local de ensino, decidiram torná-la pública. “Apesar da situação em que estamos, pedimos encarecidamente ao responsável da empresa Lival que resolva esta preocupação, tendo em conta que está a empobrecer as pessoas que contratou para fazerem parte da sua instituição”, reforça.

O funcionário conta que em 2017 procuraram várias instituições que ajudassem a resolver o problema dos salários em atrasos, mas não deu em nada. Por isso, decidiram constituir um advogado e levar o caso ao tribunal. Só assim foi possível fazer as contas das dívidas que a empresa tinha com os trabalhadores, que ficou orçada em 48 milhões, e, a pedido da instituição, reduziu-se para 30 milhões de Kz, que seriam pagos em sete prestações. O advogado dos trabalhadores, Belchior Fidel Catongo, disse que a entidade empregadora estabeleceu um acordo com os 29 funcionários de que iria começar a saldar a dívida a partir do mês de Novembro de 2017, mas não cumpriu. Disse que das vezes que procurou saber da empresa Lival sobre quais as razões para proceder de tal forma, a resposta foi a falta de dinheiro. “Acredito que ainda não se fez nenhum pagamento por conta de má-fé dos gestores”, defende.

Empresa com portas fechadas

OPAÍS entrou em contacto, via telefone, com o senhor identificado como Dedaldino Balombo, membro da direcção, que disse não ser a pessoa ideal para abordar este assunto, pelo que nos orientou a manter contacto com o senhor Eduardo Vieira Dias, director comercial da Lival. Ligamos inúmeras vezes para o número telefónico de Eduardo, mas este não atendeu às nossas ligações. Assim, na ânsia de obtermos obtermos o contraditório, deslocámo- nos por duas vezes às instalações da Lival, no bairro Palanca, na Avenida Deolinda Rodrigues, ao lado da Shoprite. Na primeira vez encontramos apenas o responsável da área técnica, Francisco Soares, que confirmou que a empresa já não funciona em pleno, mas que, de vez em quando, Eduardo Vieira Dias tem aparecido no local. Na segunda vez as portas estavam fechadas e não se encontrava ninguém disponível para prestar qualquer informação.