Tribunal da Coreia do Sul condena ex-presidente Park a mais oito anos de prisão

Tribunal da Coreia do Sul condena ex-presidente Park a mais oito anos de prisão

Um tribunal da Coreia do Sul condenou a ex-presidente Park Geun-hye a mais oito anos de prisão ontem Sexta-feira,20, por considerá-la culpada de provocar perdas em fundos do governo e por interferir numa eleição parlamentar de 2016.

Park já havia sido sentenciada a 24 anos de prisão, depois que uma instância inferior a declarou culpada de acusações separadas como suborno, abuso de poder e coerção em Abril. Todas as penas devem ser cumpridas consecutivamente, disse uma porta-voz da Corte. Park tornou-se a primeira líder sul-coreana eleita democraticamente a sofrer um impeachment no ano passado, quando o Tribunal Constitucional a afastou devido a um escândalo que expôs uma rede de corrupção entre líderes políticos e os poderosos conglomerados do país, conhecidos como chaebol. Park, de 66 anos, negou qualquer delito e não estava presente no tribunal. Não ficou claro de imediato se ela apelará. A Corte Central do Distrito de Seul estabeleceu que Park se mancomunou com ex-assessores e causou perdas em fundos do Serviço Nacional de Inteligência (NIS) no valor de 30 biliões de wons (26,5 milhões de dólares).

A corte ordenou uma multa de 33 biliões de wons.

O dinheiro pertencia a um “fundo de actividades especiais” destinado à agência de espionagem e totalizava 4 bilhões de wons por ano, mas isentos de auditorias estatais ou relatórios parlamentares. Dois dos três ex-directores do NIS envolvidos receberam penas de três anos e meio de prisão no mês passado, e o terceiro uma pena de três anos. Park também foi considerada culpada de interferir na selecção de candidatos do partido governista para a eleição parlamentar, violando as obrigações presidenciais de neutralidade política.

“O uso privado que Park fez dos fundos enfraqueceu os princípios de execução de fundos do governo e impediu a principal agência de espionagem do país de usar os fundos para a sua função crucial de proteger o país e o povo”, disse o juiz Seong Chang-ho, que presidiu à sessão. “Entretanto, a ré transferiu a culpa aos seus assessores e se recusou a comparecer ao tribunal”, disse Seong. Segundo relatos, quando o juiz emitiu o veredicto, apoiadores de Park gritaram “soltem a presidente inocente” e “isso é lei?” Os procuradores pediram uma pena de 15 anos e uma pena de 80 biliões de wons para Park.