Ex-PM paquistanês detido impedido de receber médico pessoal

O partido do ex-primeiro-ministro paquistanês Nawaz Sharif, preso desde 13 de julho e que sofre de hipertensão, acusou hoje as autoridades paquistanesas de o impedirem de receber a visita do seu médico pessoal.

“O primeiro-ministro interino, Nasir ul Mulk, e o responsável interino do governo do Punjab, Hasan Askari, foram abordados para permitir que Sharif tenha acesso ao seu médico pessoal, mas nenhum de nossos pedidos foi bem-sucedido”, disse Maryam Aurangzeb, a porta-voz da Liga Muçulmana Paquistanesa (PML-N), à agência de notícias francesa AFP.

“Nawaz Sharif, que tem problemas de coração, está bastante mal desde que a sua pressão sanguínea subiu no sábado”, acrescentou. O ex-primeiro-ministro foi sentenciado à revelia, no início de julho, a dez anos de prisão por corrupção. Esta condenação foi considerada “política” pelos seus apoiantes.

Uma semana depois, Sharif foi preso no aeroporto ao regressar de Londres, onde sua mulher está hospitalizada. De acordo com a porta-voz, Nawaz Sharif precisa de uma dieta especial e de ar condicionado por causa do seu estado de saúde, o que foi negado, e sua cela também apresenta “sérios problemas de higiene”.

O Governo propôs, no entanto, uma equipa médica para fazer um exame de saúde ao ex-mandatário, acrescentou a porta-voz. Nawaz Sharif foi destituído em julho de 2017 pelo Supremo Tribunal devido a um caso de corrupção, que resultou na sua condenação um ano depois. O ex-governante acusou os generais de conspirar contra ele e interferir na vida política.

O exército nega esta acusação de Sharif. Alguns grandes meios de comunicação paquistaneses relataram uma pressão militar para censurar a sua cobertura do PML-N. Um centro de pesquisa paquistanês referiu que há num “golpe silencioso” dos militares. No sábado, um juiz de Islamabad também acusou o serviço de informação militar (ISI) de estar “completamente envolvido na manipulação do processo judicial”, particularmente no caso de Nawaz Sharif