Especialistas defendem definição de políticas para apostar no turismo cultural em Mbanza Kongo

Especialistas defendem definição de políticas para apostar no turismo cultural em Mbanza Kongo

Com ascensão de Mbanza Kongo a património da humanidade, pela UNESCO, ao Governo de Angola caberá, agora, a definição de políticas para a exploração do seu património histórico-cultural e promover, com efeito, o turismo cultural.

Os académicos dos países de língua oficial portuguesa defendem a necessidade de se valorizar cada vez mais o acervo patrimonial histórico- cultural ao nível da CPLP, através da aposta na investigação, de maneira a atrair interesses dos estudiosos não só da comunidade, mas também de outros quadrantes.

Em declarações à imprensa no final do 20º encontro da Associação das Universidades de Língua Portuguesa que decorreu na cidade do Lubango, província da Huíla, de 18 a 20 de Julho, os representantes do Brasil, Portugal e Moçambique entendem que a ascensão de Mbanza Kongo a património da humanidade deverá, para o efeito, suscitar a curiosidade de vários investigadores do mundo. Para os especialistas, a inserção de Mbanza Kongo como património da humanidade traz grandes vantagens no contexto da cultura patrimonial mundial.

Segundo o professor Gustavo Veloso, da Universidade de São Paulo, Brasil, depois do anúncio da agência das Nações Unidas, pesquisadores de vários segmentos manifestaram interesse de investigar temas relacionados com a história angolana: “eu mesmo, na minha universidade, tenho amigos que estão dedicados a estudar história angolana e estão a fazer uma interacção muito aproximada com povos intelectuais de Angola”, disse o académico.

O professor Rui Martins, da Universidade de Moçambique, acredita que, dado o potencial histórico- cultural de Angola, depois da inscrição de Mbanza Kongo, seguramente hão-de surgir outras ascensões, pelo que urge a necessidade de se investigar cada vez mais o acervo patrimonial de Angola. “Espero que haja novas inscrições”, prognostica, para salientar que ascensão é bastante importante para o desenvolvimento do país, fundamentalmente para o seu turismo, o que implicará da parte do Governo, segundo disse, investimentos na criação de infra-estruturas que possam atrair turistas de vários pontos do mundo.

Angola, agora com a proeza que alcançou com Mbanza Kongo, acabará por atrair gente de vários quadrantes do mundo, que virão conhecer o seu património que, de acordo com UNESCO, é também da humanidade. “Há aqui uma possibilidade, também em termos económicos, de desenvolvimento, nomeadamente através do turismo cultural, e isto é relevante. Acredito que Angola tenha muitos outros espaços que podem ser considerados patrimónios”, declarou José Carlos Gomes, docente do Politécnico de Leiria (Portugal), para evidenciar a necessidade de se investigar mais sobre a essencialidade histórico- cultural do património de que dispõe, espalhado um pouco pelo seu espaço territorial