Escassez de divisas mantêm produção da Vidrul nas 50 mil toneladas de vidro

Escassez de divisas mantêm produção da Vidrul nas 50 mil toneladas de vidro

Tal como o ano transacto, a Vidrul vai produzir 50 mil toneladas de vidro até Dezembro do ano em curso, por falta de investimentos e divisas. Além disso, a empresa debate-se com dificuldades nas importações de peças e de matérias-primas, devido às políticas bancárias em vigor, deu a conhecer o PCA da Vidrul, Carlos Martins.

POR: Patrícia de Oliveira

Há dois anos consecutivos que a principal vidreira do país enfrenta problemas de escassez de divisas para adquirir um novo forno e atender à procura. Por essa razão, este ano, os investimentos estão relacionados com o novo equipamento Segundo o responsável, diferente dos anos anteriores, 100 % da produção será destinada às empresas nacionais e não haverá exportações para os países africanos. Carlos Martins referiu que a capacidade da vidreira mantêm-se, tendo em conta a situação financeira com que o país se depara, concretamente a escassez de divisas e a burocracia nas importações de peças e de matérias-primas.

“Continuamos com a produção que ronda as 50 mil toneladas, havendo sim ligeiras variações devido às embalagens fabricadas”, referiu. Carlos Martins referiu que a empresa que dirige fez um empréstimo junto do consórcio BNI/ Commerzbank. Neste momento está a receber os equipamentos que serão instalados e iniciar a produção do novo forno em Janeiro 2019. Questionado se a empresa consegue responder à procura, Carlos Martins contestou negativamente, argumentando que sem investimento a Vidrul nem outra vidreira conseguirá responder a todas as necessidades de vidro de embalagem do país.

Apesar das dificuldades, o responsável avançou que a empresa tem a sua carteira de encomendas completa. Por esse motivo, a Vidrul tem recusado novos pedidos, por falta de capacidade. Outra preocupação, prende-se com o tempo de vida útil do forno em funcionamento, que vai precisar de novos investimentos para ser reparado o mais brevemente possível. Carlos Martins não acredita no aumento de consumo, mas sim que o país encontra-se num período de recessão. Neste momento, a Vidrul tem como maiores clientes as cervejeiras nacionais, enquanto os produtos líderes são as embalagens dessas mesmas cervejeiras.

Além de produzir garrafas, a Vidrul conta com um projecto de recolha de vidro que surgiu há quatro anos e tem a presentado resultados satisfatórios na redução de vidro em alguns bairros e matéria- prima para produzir um novo produto. Actualmente, a Vidrul recebe todo o tipo de garrafas de vidro com o intuito de fabricar um novo produto. “O programa têm tido resultados satisfatórios, porque desapareceram as garrafas no chão, quer dizer que as pessoas recolhem o vidro. Além disso, ao nível dos restaurantes muitos deitavam as garrafas e hoje colocam de lado para vender ou entregar a alguém”, argumentou. Em sua opinião, para o bom funcionamento da fábrica, quanto mais casco tiver melhor, porque em termos ambientais deixam de usar grandes quantidades de matéria – prima e se consome menos gasóleo para fundir o vidro, areia, calcário, soda, que são matérias-primas naturais e boas para o ambiente. A Vidrul é o principal fornecedor de vasilhame em vidro do país para a indústria de bebidas, exportando parte da produção para diversos países africanos.