Agricultores da Matala querem aumentar produção

Agricultores da Matala querem aumentar produção

Os 518 agricultores que compõem as sete cooperativas que exploram o perímetro irrigado da Matala, na província da Huíla, pretendem aumentar os níveis de produção

POR: João Katombela, na Huíla

Apesar das dificuldades de vária ordem, os agricultores da Matala estão determinados em produzir mais. Para o efeito, os homens que trabalham a terra para produzir alimentos defendem ser necessário o estabelecimento de políticas mais abrangentes e efectivas para o sector agrário, como é o caso da subvenção dos combustíveis, a criação de uma entidade que trabalhe na compra directa dos produtos do campo, bem como um revendedor de insumos na municipalidade.

Os camponeses associados apontam ainda como um dos empecilhos para o aumento da produção, os vários hectares de terra arável detidos por alguns governantes da província, sem a devida exploração. O Presidente da cooperativa 1º de Dezembro, localizada na localidade de Castanheira de Peras, disse a este jornal que muitos dos seus associados que também são governantes ocuparam terras sem, no entanto, produzirem. Por essa razão, afirma, foram cultivados por esta cooperativa apenas cerca de 17.9 hectares de tomate, couve, cebola, e batata- rena.

Paulo Mukanda citou mesmo o caso do governador provincial da Huíla, que possui 25 hectares no referido perímetro, no entanto, não está a explorá-los tal como o desejado, fazendo com que aqueles que possuem pequenas quantidades de terra limitem a sua produção. “Produzimos pouco por falta de terra. Aqui temos dirigentes que também possuem muitas terras na nossa cooperativa, mas não estão a produzir”, lamentou. Por seu turno, o coordenador da União das Cooperativas Agroindustriais da Matala, Victor Fernandes, reafirma a necessidade de serem abertas lojas de comercialização e ainda a construção de armazéns de retenção do produto. “Precisamos de criar aqui uma loja de comercialização do produto para que se possa valorizar ainda mais o esforço do produtor, porque aqui os preços praticados não correspondem aos custos de produção”, afirmou.