No palco da avenida da Liberdade de Braga, Bonga vai ser acompanhado pelos músicos Betinho Feijó (guitarra e direcção musical), Ciro Bertini (acordeão), Hernani Lagross (baixo) e Estêvão Gipson (bateria), e pela bailarina Joana Calunga.
O cantor e compositor angolano Bonga, que actua na Sexta-feira, em Braga, a menos de um mês de celebrar 76 anos, afirmou-se contente por ter contribuído para “um reconhecimento válido da música angolana e africana”. Bonga recordou, em entrevista à Agência Lusa, “os tempos difíceis” que viveu, tendo chegado a ser proibido de actuar, quando a música angolana, “de forma insidiosa, era chamada de folclore”.
“Houve um período de preconceito em que chamavam [à música angolana] folclore, o que era um bocado pejorativa, e [houve] obstáculos que tive de enfrentar, porque era uma música diferente, que não era valorizada, menos ouvida, e hoje, mais que nunca, tenho a consciência de ter posto um tijolo nessa grande construção que é a divulgação, consequente, desta nossa música angolana/ africana”, afirmou o músico, acrescentando que a música angolana, actualmente, “é mais reconhecida e conceituada do que há 20 anos”.
Bonga actua esta Sexta-feira no Theatro Circo, em Braga, um concerto que prometeu “ser com muita energia, no ritmo do semba, que não morre, e noutros ritmos angolanos, como a rumba africana que é diferente da sul-americana”. No palco da avenida da Liberdade de Braga, Bonga vai ser acompanhado pelos músicos Betinho Feijó (guitarra e direcção musical), Ciro Bertini (acordeão), Hernani Lagross (baixo) e Estêvão Gipson (bateria), e pela bailarina Joana Calunga. No alinhamento, encontram-se os “temas de sempre”, como “Kissueia”, “Mariquinha”, “Mulemba Xangola”, “Frutas de Vontade”, “Paxi Ni Ngongo” ou “Uma Lágrima no Canto do Olho”. José Adelino Barceló de Carvalho adoptou na adolescência o nome de Bonga Kuenda, que apontou como o seu “verdadeiro eu”.
A sua estreia musical, em 1972, foi com o álbum “Angola’ 72”, ao qual se sucederam vários outros, e, como disse à Lusa, continua “a ser muito solicitado”, nomeadamente em França, país que o distinguiu com a Ordem das Artes e Letras, grau de cavaleiro, em 2014. “Paris abriu-me as portas do mundo, reeditou todos os meus discos”, disse o músico com 42 anos de carreira artística, que gracejou: “Sou como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor”. Em Portugal, “Bonga”, actuou este ano no Rock in Rio, em Lisboa, no Festival Med, em Loulé, e foi um dos participantes no espectáculo de final do ano, em 2017, na Praça do Comércio, em Lisboa. Bonga completa 76 anos no próximo dia 5 de Setembro, data em que tem previsto um “grande concerto” na Aula Magna da Universidade de Lisboa.