Trump revoga acesso a informação sigilosa para ex-chefe da CIA de Obama

Trump revoga acesso a informação sigilosa para ex-chefe da CIA de Obama

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou a autorização de segurança do ex-director da Agência Central de Inteligência (CIA) John Brennan, negando acesso a informação sigilosa a este crítico do Presidente e ex-conselheiro de Barack Obama, anunciou a Casa Branca na Quarta-feira,15.

A secretária de imprensa Sarah Sanders leu uma declaração de Trump na qual assinala que esse benefício historicamente concedido a funcionários de alto escalão para ter acesso à informação delicada e confidencial, inclusive depois de deixarem o cargo, já não corresponderia a Brennan, pelo risco que a sua “conduta vacilante” supõe. “Historicamente, os ex-chefes das agências de Inteligência e Segurança tinham a permissão para manter o acesso à informação sigilosa depois do seu mandato para que pudessem dar consultas aos seus sucessores”, assinalou Sanders.

“Neste momento do meu Governo, qualquer benefício que os altos cargos possam obter das consultas com Brennan agora se veem abaladas pelo risco que a sua conduta vacilante representa”, acrescentou, lendo o texto de Trump. Brennan, chefe da CIA entre 2013 e 2017, continua a ser uma voz respeitada no meio político dos Estados Unidos. Após a cimeira no mês passado em Helsínquia entre Trump e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, Brennan descreveu o comportamento do Presidente americano como “traiçoeiro, para dizer o mínimo”. “Não foram apenas os comentários tolos de Trump, mas que está totalmente nas mãos de Putin”, twittou.

Brennan havia assinalado muitas vezes a sua certeza sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016, refutando as dúvidas de Trump sobre o assunto. Além de Brennan, a Casa Branca disse no final de Julho que avaliava revogar as autorizações de segurança de James Clapper, ex-director de Inteligência nacional; James Comey, a quem Trump demitiu do cargo de diretor do FBI no ano passado; Michael Hayden, que também actuou como director de Inteligência nacional; e Sally Yates, a ex-procuradora-geral interina demitida por Trump pouco depois de assumir a presidência. Susan Rice, conselheira de Segurança Nacional de Obama, também estava na lista.