África do Sul inicia investigação sobre corrupção no Governo

África do Sul inicia investigação sobre corrupção no Governo

Uma comissão de inquérito sobre alegações de corrupção generalizada no seio do Governo por altos funcionários, incluindo o ex-Presidente da República, Jacob Zuma, iniciou Segunda-feira as suas audiências, em Joanesburgo.

A comissão, presidida pelo vice-presidente do Tribunal Supremo, Raymond Zondo, foi mandatada para ouvir os antigos e actuais membros do Governo, após o explosivo relatório de 2016 da Protectora Pública Thuli Madonsela, que implicou Zuma e várias outras personalidades políticas em actos de corrupção generalizada no seio de entidades estatais, incluindo a transportadora aérea South African Airways e a empresa de energia Eskom. Zuma é acusado de usar a sua influência para garantir múltiplos contratos governamentais lucrativos em benefício da rica família indiana Gupta, bem como para o seu próprio filho, Duduzane, que trabalhava na empresa desta família indiana.

O ex-vice-ministro das Finanças, Mcebisi Jonas, e Vytjie Mentor, um responsável do Congresso Nacional Africano (ANC, no poder), afirmaram todos que lhes foram oferecidos cargos ministeriais pela família Gupta. Além disso, o antigo directorgeral do Sistema de Comunicação e Informação do Governo, Themba Maseko, afirmou que Zuma chamou- o pessoalmente para pedir que ajudasse os Guptas, que queriam que a publicidade do Governo fosse canalizada a um jornal de sua propriedade. O escândalo fez desmoronar a administração Zuma e ajudou a catapultar Cyril Ramaphosa ao poder numa transição política limpa, no ano passado. Zuma foi solicitado a apresentar provas pessoalmente no inquérito e resta saber se ele comparecerá. As audiências devem durar entre três a seis semanas. Vários membros da família Gupta estão em fuga, enquanto esforços estão curso para que sejam extraditados para a África do Sul.