PRS augura formar Governo de Unidade Nacional em 2020

Caso ganhe as eleições autárquicas, previstas dentro de dois anos, esta força política defensora do modelo de Estado federal, próximo ao autárquico, poderá formar um governo de partilha do poder.

O presidente do Partido de Renovação Social (PRS), Benedito Daniel, assegurou ontem, em Luanda, que caso vença as eleições autárquicas de 2020, partilhará a governação com as demais forças políticas. O político fez esta afirmação quando discursava na abertura da II Reunião Ordinário do Comité Central, que decorre sob o lema “PRS confiante para governar Angola”, cujo término está previsto para esta tarde. Argumentou que sendo o PRS um partido que sempre primou pela descentralização e desconcentração, com base no modelo federal, próximo ao autárquico, é evidente que partilhe a governação com outras forças políticas.

Segundo ele, o partido que dirige vai apresentar-se às próximas eleições autárquicas com o objectivo de granjear a confiança dos angolanos para promover um projecto inclusivo. Na sua visão, o país está numa encruzilhada de vários problemas, sendo alguns de ordem estrutural e económico-social, herdados do regime colonial, e outros “construídos durante três décadas de governação de partido único”. Disse que apesar das mudanças políticas que se operaram na antiga Europa do Leste, no início do ano de 1991, que impulsionaram a implementação do multipartidarismo, em Angola o modelo da administração pública é ainda “fortemente centralizado e concentrado”.

Crise económica

O líder dos renovadores sociais disse que a maior novidade que os angolanos esperam ouvir, é o fim da crise financeira internacional, que vigora desde meados de 2014. “Alguns economistas dizem que os índices económicos tendem a melhorar, outros dizem que nem tanto assim”, afirmou Benedito Daniel, líder do PRS eleito em Maio do ano passado. Reconheceu que esforços têm sido feitos neste sentido pelas autoridades competentes, porém, os resultados parecem tardar a chegar para tirar o país da situação financeira em que se encontra e dar um outro rumo à economia nacional. Apontou que devido à crise financeira, “o desemprego, a habitação, a educação, a assistência médica e o saneamento básico” estão a criar um outro problema social no seio das famílias, sobretudo as de baixa renda. “A crise económica e financeira é uma situação calamitosa e precisa de um bom nível de resposta. Fora do qual vai continuar a provocar sofrimento, a perda de vidas humanas e dos parcos bens do povo”, alertou. O responsável defendeu a implementação de novas políticas públicas, salientando que as crises macroeconómicas não devem ser combatidas com políticas insignificantes.

Coesão no partido

Benedito Daniel sublinhou que passado um ano e três meses desde a sua eleição como presidente, tem trabalhado com a maioria dos membros, a todos os níveis, no sentido de tornar o partido cada vez mais coeso e melhorar o relacionamento interpessoal entre os renovadores sociais. “A nossa meta é o fortalecimento da coesão interna do partido, preservando os valores e os princípios do PRS, e isso só se consegue com união entre os membros”, reiterou.