Pedro Gomes preocupado com o silêncio do Tribunal Constitucional

Pedro Gomes preocupado com o silêncio do Tribunal Constitucional

O recém eleito “presidente” da FNLA, em Junho deste ano, pelos membros do Comité Central(CC), Fernando Pedro Gomes, está preocupado com este órgão jurisdicional por não se ter pronunciado até agora sobre o congresso

Texto de: Maria Custódia

O responsável, que foi eleito no “Congresso Extraordinário Inclusivo”, realizado de 20 a 24 de Junho do ano em curso, em Luanda, referiu que Lucas Ngonda já não é o presidente da FNLA, e que ele aguarda apenas a sua legitimação como novo líder deste partido.

Em declarações a OPAÍS, dois meses depois desse congresso, segundo Pedro Gomes, o Tribunal Constitucional(TC) ainda não se pronunciou sobre a validade ou nulidade deste conclave, realizado em paralelo com um outro decorrido na cidade do Huambo em finais de Junho, pela direcção do presidente do partido, Lucas Ngonda. “O congresso elegeu uma nova direcção desde o dia 24 de Junho, que foi legitimada por via do voto secreto e universal por mais de 900 delegados presentes no acto, mas até agora o Tribunal não se pronuncia”, deplorou.

O político, que falava na primeira reunião ordinária do Bureau Político desta ala, disse que se for confirmado como novo líder do partido, pretenderá brevemente reorganizar esta força política e dar-lhe um novo impulso. Apontou que se a FNLA continuar sob a liderança de Lucas Ngonda a mesma poderá desaparecer, nos próximos tempos, devido à letargia em que se encontra, se comparada com outras forças políticas de libertação nacional, o MPLA e a UNITA.

Disse que a situação em que está a FNLA se deve às várias supostas arbitrariedades praticadas pelo presidente Lucas Ngonda, enquanto líder desta força política, após o afastamento compulsivo do antigo líder Ngola Kabangu. A sessão de encerramento da primeira reunião do Bureau político desta ala foi marcada com a tomada de posse dos secretários nacionais e dos respectivos adjuntos, bem como dos primeiros secretários provinciais.

Estes membros foram empossados mesmo sem nenhum pronunciamento do Tribunal Constitucional, e durante o acto apontou como prioridade trabalhar para as eleições autárquicas. Refira-se que a FNLA enfrenta uma crise de liderança desde 1997, altura em que Lucas Ngonda abandonou o líder fundador do partido, Holden Roberto, por divergências pessoais Após a sua eleição prometera aplicar reformas democráticas no partido, mas, segundo os seus correligionários, tudo não passou de meras palavras.