Colisão entre comboios no troço Lubango – Namibe causa 17 mortes

Colisão entre comboios no troço Lubango – Namibe causa 17 mortes

Uma colisão entre uma composição de carga afecta ao Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM) e outra de serviços de manutenção sob responsabilidade de uma empresa chinesa, na localidade do Munhino, município da Bibala (Namibe), causou pelo meno 18 mortos, dois dos quais maquinistas (de nacionalidade chinesa e angolana) e 11 feridos.

O presidente do Conselho de Administração do CFM, Daniel Quipaxe, ontem na sua primeira reacção, referiu que o desastre ocorreu às 6h30 e terá sido provocado por erro humano. Admitiu que o número de mortos poderá subir, já que na altura havia feridos graves e algumas pessoas eventualmente encarceradas nas ferragens.

Em consequência disso, fica interrompida a circulação do comboio entre Lubango e o Namibe, até que as duas composições sejam removidas.

“Aguardamos também por uma equipa do Instituto Nacional dos Caminhos-de-ferro, que nestas circunstâncias desencadeia um inquérito para apurar as reias causas”, disse. Uma fonte da administração técnica do CFM revelou que um funcionário, que fez o serviço de turno, recebeu a comunicação dos chineses de que procederiam serviços de manutenção na linha.

Tendo-se esquecido de impedir que a composição com granito saísse da Estação Central do Lubango, quando se tentou corrigir o erro, a fatalidade já se tinha dado.

Os feridos receberam os primeiros socorros no Hospital Municipal da Bibala e depois foram transferidos para o Hospital Provincial da Huíla, à semelhança das vítimas mortais, então depositadas na morgue dessa instituição.

O troço entre Lubango e Moçâmedes tem 260 quilómetros. Nos últimos dois anos, este é o segundo acidente, sendo que em Fevereiro deste ano uma composição descarrilou, contudo sem causar vítimas.

João Lourenço consternado

O Presidente da República enviou ontem uma carta ao governador provincial do Namibe, cccccc, para lhe apresentar os pêsames pelas vítimas do acidente. Escreve João Lourenço, na carta, que recebeu com “profunda consternação a notícia do acidente ferroviário ocorrido entre dois comboios que colidiram na rota entre o Lubango e o Namibe”, tendo provocado várias vítimas, entre mortos e feridos.

O Presidente da República considera ter-se tratado de “um acontecimento trágico, em consequência do qual várias famílias perderam prematuramente os seus entes queridos, sobre cuja memória me inclino com dor e tristeza”.

As autoridades competentes, prometeu João Lourenço, tomarão “as medidas que se impoem para apurar as causa desta fatídica ocorrência”, no sentido de prevenir, “com rigor a repetição de casos do gênero” futuramente”.

Às famílias enlutadas, o Presidente da República, apresenta, “em nome do Executivo de Angola e no meu próprio, as minhas mais sentidas condolências e a expressão da nossa solidariedade nesta hora de dor e luto”. No fim, João Lourenço deseja “aos feridos as mais rápidas melhoras”.