genética em angola ‘presa’ por falta de apoio financeiro

genética em angola ‘presa’ por falta de apoio financeiro

Falta de quadros e falta de apoio fi nanceiro são apontadas como os principais entraves ao desenvolvimento da “genética” no nosso país, uma ferramenta essencial para a resolução de questões sociais, segundo especialistas

Texto de: Stela Kambamba

O cidadão comum deve saber que a genética é uma disciplina que se refere às características fi sionómicas, aos padrões biogenéticos e às doenças que são transmitidos de pais para fi lhos, não descartando as condições do meio, de modos a prevenir certas patologias.

A faculdade de Medicina da Universidade Agostinho Neto realiza o I Simpósio de Genética Humana em Angola, com o objectivo de analisar “o presente e o futuro da genética no país”.

As dificuldades que os profissionais da área enfrentam ao longo dos últimos 10 anos têm sido a falta de apoio financeiro para o desenvolvimento desta área das ciências médicas. Maria Madalena Chimpolo, docente e coordenadora da disciplina de genética na instituição, declarou que para além da falta de apoio financeiro, o que se torna preocupante, carecem de quadros no ramo da genética.

A falta de apoio condiciona a elaboração de projectos destinados a promover condições para o armazenamento de dados, de diagnósticos de patologias, e desenvolvimento de investigação científica, bem como desenvolver novos produtos e soluções inovadoras para a área da saúde.

Visando a melhoria da qualidade de vida da população e o reconhecimento internacional que é fundamental, o colóquio pretende promover a genética como uma especialidade clínica, discutir os aspectos relacionados com a prevenção, diagnósticos de doenças genéticas, entre outros aspectos.

Madalena Chimpolo sublinhou que se fala pouco sobre a genética no nosso país, e os cidadãos que procuram a instituição pretendem apenas para fazer o teste de paternidade, mas desconhecem que há genética por trás deste exame.

Quanto aos serviços disponíveis para a população na Faculdade de Medicina, são o teste de paternidade, o diagnóstico pré_natal, em que é possível observar as trissomias que as mulheres podem ter durante a gravidez, (alterações dos cromossomas durante a gravidez), diagnosticar a trissomia do 13, do 18 e do 21, conhecida como Síndrome de Down. É possível ainda fazer avaliação da carga viral, que serve para o vírus das hepatite B, C e do VIH, assim como identifi car o HPV.

Por agora, a instituição desenvolve o projecto de avaliação do perfil de genética da população nacional, segundo a especialista. “Neste projecto aproveitamos fazer os testes de paternidade, maternidade, identificar criminosos, pessoas que foram violentadas ou vítimas de um outro crime e precisam de identificar o criminoso”, ressaltou Madalena Chimpolo.

Explicou que, quando uma cidadã é violada, até 72 horas, é possível identificar o criminoso através do exame de exsudado vaginal, e analisar as células que lá estão, diferenciar e relacionálas com as do suspeito em causa.