Banca registou quebra de 6% no resultado líquido em 2017

O valor total do resultado líquido do sector bancário nacional registou, em 2017, uma queda de 6% em relação ao ano anterior, passando para os 158.910 milhões de AKZ. O total de activos dos bancos envolvidos na 13ª edição da “Banca em Análise”, apresentada em luanda, subiu para 10.129.800 milhões de Kwanzas (AKZ) no ano passado, o que correspondeu a um crescimento de 3% face a 2016

Texto de: Jorge Salvador

Nesta 13ª edição do estudo, destacase a posição dos bancos por activo, pelo que o BPC continua a liderar a lista com um activo total de 1.855.500 milhões de AKZ, seguido pelo BFA, BAI, Atlântico e BIC. Estes cinco maiores bancos representaram cerca de 67% do total do activo do sector bancário e o seu activo registou um aumento de cerca de 4% face ao ano anterior.

O número de depósitos continua em crescimento. O estudo destaca que, em 2017, o peso dos depósitos em moeda nacional manteve a sua tendência de crescimento em detrimento da moeda estrangeira, passando a representar 69% dos depósitos totais.

O valor total dos depósitos de clientes no sector bancário foi de 7.013 mil milhões de AKZ nesse mesmo ano, mas que face a 2016 representa uma redução de 0,2%. Em relação ao crédito líquido aos clientes, o estudo revela que se registou uma diminuição em relação ao ano anterior. Dos bancos analisados, o total de crédito líquido ascendeu a 3.136.303 milhões de AKZ1, o que corresponde a uma redução de 3% face ao ano de 2016, com o BPC, o ATL, o BAI, o BIC e o BFA a liderarem na concessão de crédito.

No que se refere ao rácio de crédito vencido, e de acordo com as demonstrações financeiras em análise, registou-se um aumento significativo para os 40,2%, em 2017, sendo que em 2016 foi de cerca de 13%. José Barata, sócio e líder do Sector Financeiro da Deloitte Angola, refere que no âmbito da actividade bancária assistiu-se em 2017 a uma trajectória mista no comportamento dos principais indicadores do sector.

Observou-se um aumento global do total dos activos e dos capitais próprios dos bancos, enquanto o crédito líquido concedido a clientes, o produto bancário e os resultados líquidos dos bancos registaram um decréscimo.José Barata alerta para a necessidade das instituições financeiras seguirem com rigor as orientações do Banco Central e explica que a adopção plena das normas internacionais de contabilidade e de relato financeiro são medi
das relevantes para o alinhamento dos bancos nacionais com as melhores práticas internacionais a nível de referencial contabilístico.

Meios electrónicos de pagamento mantêm tendência crescente Relativamente aos meios electrónicos de pagamentos mantém– se a tendência crescente. Registouse no último ano um crescimento, o número de Cartões Multicaixa Activos2 aumentou para 4,2 milhões
em 2017, face aos 3,6 milhões, em 2016, enquanto os Cartões Multicaixa Válidos3 aumentaram para 5,9 milhões, em 2017, face aos 4,6 milhões, em 2016.

O reforço desejado na rede de terminais de pagamentos aconteceu em 2017, onde se registou um crescimento no número de Caixas Automáticas (ATM) e Terminais de Pagamento Automático (TPA) de 4% e 14%, respectivamente. O número de ATM aumentou para 3.026, em 2017, face aos 2.911, em 2016, e o número de TPA cresceu para 77.244 terminais, em 2017, face aos 67.496, em 2016.

Quanto ao número de transacções, atingiu-se um novo recorde em 2017, um crescimento global de 24%, face a 2016, tendo as transacções realizadas em ATM aumentado 21% e as efectuadas em TPA quase 35%. Durante a apresentação do estudo, o presidente da Deloitte, Duarte Galhardas, destacou que o sector bancário nacional tem observado um gradual nível de desenvolvimento e grau de sofisticação, resultado da inovação e da qualidade dos produtos oferecidos aos consumidores, os quais são cada vez mais exigentes num sector de elevada concorrência.

Para o sócio e líder do Sector Financeiro da Deloitte Angola, o aumento dos níveis de literacia financeira da população em Angola tem potenciado a qualidade dos serviços disponibilizados pelos bancos. Pelo que o sistema financeiro tem assumido um papel fulcral na economia do país, funcionando como força motora para o desenvolvimento sustentado e transversal à sociedade e economia.

O relatório da Deloitte assinala, em conclusão, que, relativamente ao sector bancário e fruto do aumento da literacia financeira da população, continua-se a verificar um aumento da utilização dos meios .electrónicos de pagamento, criando novos desafios e oportunidades. ..para os Bancos.