Angola transfere presidência da SAPMIL para Zâmbia

Angola presidiu a Missão de Prevenção da SADC para o Reino do Lesotho e o Comité de Supervisão no quadro da presidência rotativa do Órgão de Política, Defesa e Segurança da organização regional

A República da Zâmbia vai assumir a liderança da Missão de Prevenção da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral para o Reino do Lesotho (SAPMIL), em substituição de Angola. Para a transferência da chefia da missão, o ministro da Defesa Nacional, Salviano de Jesus Sequeira, chegou ontem, Quintafeira, a Maseru, capital do Reino do Lesotho, para dar início à operação de “desengajamento”do efectivo militar, policial, civil e especialistas de inteligência de Angola.

Salviano Sequeira faz-se acompanhar do secretário de Estado do Interior para o Serviço Prisional, Bamoquina Zau, de altas patentes das Forças Armadas Angolanas (FAA) e de representantes do Ministério das Relações Exteriores e vai juntar-se ao seu homólogo da Zâmbia, David Chama. Durante a sua estada, o governante angolano reunir-se-á com os ministros das Relações Internacionais e da Defesa do Lesotho, bem como visitará os campos de aquartelamento dos efectivos da SAPMIL, cujo mandato termina a 20 de Novembro próximo.

Na Quarta-feira, a República de Angola passou para a República da Zâmbia a presidência do Comité de Supervisão da SADC para o Reino do Lesotho. A cerimónia foi testemunhada pelo director do Órgão de Política, Defesa e Segurança da SADC, Jorge Cardoso, em representação da secretária executiva, Stergomena Tax.

O referido comité era presidido pelo embaixador angolano Matias Bertino Matondo. Pela Zâmbia, irá coordenar o juiz Matthews Ngulube. Angola presidiu a Missão de Prevenção da SADC para o Reino do Lesotho e o Comité de Supervisão no quadro da presidência rotativa do Órgão de Política, Defesa e Segurança da organização regional.

O mandato terminou em Agosto último, durante a 38ª Cimeira dos Chefes de Estado e de Governo da comunidade, realizada em Windhoek, Namíbia.

O Reino do Lesotho vive uma prolongada crise política caracterizada por golpes e tentativas de golpes de Estado, assim como quedas de governos e eleições antecipadas. Registou o assassinato de dois chefes das suas forcas armadas, em 2015 e 2017.

Na sequência desses desenvolvimentos, o Governo do Lesotho solicitou a intervenção da SADC que lançou a SAPMIL em Novembro de 2017 e procedeu ao desdobramento, em Dezembro do mesmo ano, de um contingente de 269 efectivos, entre militares, polícias, civis e especialistas de inteligência de sete dos 16 países membros da organização regional.