CICA preocupado com doutrinação fanática

CICA preocupado com doutrinação fanática

O Conselho de Igrejas Cristãs em Angola (CICA) mostra-se preocupado com algumas confissões religiosas que alegam anunciar a palavra de Deus mas com fins lucrativos e princípios anticristãos.

Actualmente tem-se registado em Angola um número considerável de confissões religiosas. Este assunto esteve ontem em análise na XXII Assembleia Geral do CICA, que decorre em Luanda, no bairro Popular, com a participação de vários delegados provinciais. Segundo o bastonário da Ordem dos Psicólogos de Angola, Carlinhos Zassala, a proliferação de igrejas na nossa sociedade tornou-se um problema grave e o anticristianismo penetra em Angola com facilidade. Algumas confissões religiosas utilizam técnicas para manipular e ter o domínio da mente das pessoas, principalmente as igrejas de origem americanas, congolesas e do Leste de África.

As práticas mágicas como forma de ludibriar as pessoas, sob a alegação de uma revelação divina também constituem preocupação. “É um problema social que preocupa, porque tem dividido muitas famílias. Por exemplo, o fundador de uma igreja é Jesus Cristo e não o pastor. Uma confissão religiosa que nega a trindade, que remete os fiéis a ter relações sexuais, não é digna de ser chamada de igreja”, defende. Já o pastor e também director do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos, Francisco de Castro Maria, que foi chamado para falar da proliferação do fenómeno religioso em Angola, causas, consequências e caminhos para coesão pacífica, reconheceu que há um número assustador de igrejas não reconhecidas.

O Estado controla apenas 83 igrejas com personalidade jurídica e 1106 igrejas não reconhecidas, mais, além dessas existem as filiadas (2006) nas quatro plataformas ecuménicas, que foram criadas a luz do Decreto 228/15, de 25 de Novembro. Desta feita, em Angola existem mais de 3500 igrejas, entre as reconhecidas e não reconhecidas. Salientou também que, além dessas, podem existir outras que não estão sob o controlo do Estado, pois que, nos últimos tempos, têm surgido várias seitas e fundações em todo o território nacional.