Calou-se para sempre um nacionalista

Calou-se para sempre um nacionalista

O histórico militante do MPLA e embaixador de Angola na Tanzânia, Ambrósio Lukoki, morreu ao início da tarde de ontem (Segunda-feira, 01 de Outubro) em Luanda, vítima de doença.

Ambrósio Lukoki era natural da província do Uíge e serviu como ministro da Educação na década de 1970, antes da sua nomeação como Ministro da Informação e Cultura, além de ter sido secretário do Bureu Político do MPLA para a Informação e Propaganda, e, em 2002, foi nomeado embaixador plenipotenciário de Angola em França. Lukoki manteve sempre uma postura crítica face à governação de José Eduardo dos Santos. Nos últimos anos da presidência de José Eduardo dos Santos, Lukoki notabilizou-se como um dos seus mais ferozes críticos. Recorde-se que no ano passado Ambrósio Lukoki defendeu (21.11) numa conferência de imprensa, em Luanda, a saída de José Eduardo dos Santos da liderança do MPLA.

Na altura, Lukoki afirmou que “a verdade é que, como partido MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola), temos que acabar com o “José Eduardismo” para sempre”. Em 2016, antes do VII Congresso do MPLA, foi uma das figuras que marcaram aquele momento político ao anunciar o abandono do Comité Central, onde esteve praticamente deste o início, justificando essa decisão com o facto de já não se rever no partido liderado por José Eduardo dos Santos. O embaixador extraordinário e plenipotenciário de Angola na Republica Unida da Tanzânia há muito que se encontrava doente, recluso na sua própria fazenda, no Bairro Capalanga, Município de Viana.

Falsa ajuda

No mês de Julho deste ano, o Ministério das Relações Exteriores instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias e motivações de um apelo de contribuições financeiras para assistência humanitária a favor do embaixador, um apelo subscrito pelo embaixador itinerante Dombele Mbala Bernardo e por mais duas pessoas, Fernando José Canga e Nanizey André, que entendiam ser necessária uma campanha de solidariedade para que o embaixador se deslocasse para o exterior do país, a fim de realizar os seus tratamentos. Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores garantia que acompanhava a situação e assumia todas as despesas de saúde com o diplomata, que na altura estava a ser assistido pela Clínica Girassol, em Luanda.