Cinco dos 15 envolvidos no desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi são próximos do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, segundo as autoridades turcas que estão a investigar o caso, noticiou na Terça-feira o jornal New York Times (NYT).
Os cinco suspeitos envolvidos no homicídio de Jamal Khashoggi fazem parte do grupo de quinze funcionários sauditas que chegaram em dois aviões à Turquia horas antes de o jornalista desaparecer a 2 de Outubro no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, na Turquia. Um deles, Maher Abdulaziz Mutreb, é companheiro regular do príncipe nas suas viagens ao exterior, enquanto outros três envolvidos também fazem parte do círculo de segurança de Mohamed bin Salman. Já o quinto elemento é médico forense do Ministério do Interior da Arábia Saudita, cuja suposta relação não é detalhada pelo NYT.
De acordo com alguns meios de comunicação turcos e norte-americanos, Ancara tem gravações vídeo e áudio que provam que Khashoggi foi morto na sede diplomática. Na Terça-feira, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a crescente condenação global da Arábia Saudita no caso do desaparecimento do jornalista Jamal Khashoggi. Trump afirmou que o rei saudita Salman e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman negaram que sabiam o que tinha acontecido a Khashoggi quando este entrou no consulado no início deste mês. Já o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse também na Terça-feira, que a Arábia Saudita fez um “compromisso sério” para responsabilizar líderes e dirigentes neste caso.
Mike Pompeo esteve na Arábia Saudita para se reunir com o príncipe herdeiro e fez a declaração depois de encontros com a liderança saudita. No encontro, o monarca saudita comprometeu-se a levar a cabo uma investigação “completa, transparente e oportuna” sobre o desaparecimento de Khashoggi, jornalista crítico do regime de Riade cujo paradeiro se desconhece desde 2 de Outubro, dia em que foi visto a entrar no consulado da Arábia Saudita em Istambul. Pompeo viajou ontem para a Turquia, onde se vai reunir com as autoridades do país.