A missão do

A missão do

O governador do Bié, Pereira Alfredo, disse, segundo a Angop, no Dia Mundial das Missões, que o Governo vai recuperar, “dentro de pouco tempo” as missões de Chicumbi(católica) e de Chilesso (evangélica).

Por: José Kaliengue

Em Setembro, as sedes destas missões foram classificadas monumentos histórico-culturais nacionais. Se não for só charme, a ideia é boa, aliás, as antigas missões deveriam ser todas indemnizadas pelo Estado, depois de estas terem sido destruídas pela guerra, ao ponto de deixarem de ser lugares seguros de refúgio para a população.

Mas não era apenas segurança que as missões sempre deram às pessoas. Deram instrução, ensinaram habilidades, fizeram homens e mulheres e ajudaram na estruturação de famílias. Muitos dos problemas que invadiram o campo, hoje, como o alcoolismo e a prostituição, tinham nas missões as devidas respostas, ou, antes, a devida prevenção. Mas missão não é sinónimo de rural, existiram e existem missões nas cidades, com outras vocações.

Os tempo são outros, o trabalho dos religiosos tem de ser diferente, naturalmente, mas recuperar edifícios apenas não chega, é preciso permitir às igrejas que operem, que retomem os seus papéis na educação e na assistência médica. E também na produção no campo e ainda no pequeno comércio.

Mas se estamos a falar de igrejas sérias e não das que vendem milagres empacotados, os políticos devem pensar bem antes de tentarem retirar dividendos do seu relaçionamento com elas.