Ordem dos Engenheiros leva técnicas de empreendedorismo a Lunda-Sul

Com o objectivo de capacitar jovens e outros cidadãos a serem potenciais criadores de empregos, a Ordem dos Engenheiros de Angola (OEA) organiza o workshop sobre engenharia, empreendedorismo e novos negócios na cidade de Saurimo.

O coordenador desta actividade, Angelino Quissonde, disse a OPAÍS que a série de acções que promovem em várias províncias se enquadra no projecto de extensão dos serviços da referida organização, tendo como objectivo potenciar os técnicos básicos, médios e superiores de ferramentas e outros subsídios que os transformem em criadores de emprego. E ntre as metas a alcançar constam ainda o incentivo aos engenheiros locais para ingressarem na ordem e às suas vantagens e estimular o sentido criativos do especialista da área das engenharias, de modo a enveredarem para o empreendedorismo e inovação, bem como fomentar o auto-emprego, sobretudo por via da reciclagem de resíduos sólidos, com maior destaque para o aproveitamento e tratamento do plástico, pneus, óleo queimado na confecção de alimentos e restos de tecidos.

“Vamos apresentar modelos de negócios que podem ser feitos com o reaproveitamento desses materiais, sendo que, por fim, daremos subsídios aos governos das províncias das Lundas Norte e Sul sobre a estabilização de ravinas com recursos a meios locais”, informou o engenheiro, tendo acrescentado que tal proeza passava primeiramente pela capacitação dos técnicos com conhecimentos, habilidades e mecanismos de intervenção. Exemplificando, referiu-se sobre os troncos de árvore, pneus e técnicas de engenharias, utilizando os meios de que já dispõem como tractores, máquinas niveladoras, charruas, enxadas e picaretas e outros equipamentos que ajudam no processo de prevenção, controlo e estabilização de ravinas. Salientou que, apesar de a organização do certame ser da responsabilidade da ordem, o Governo Provincial da Lunda-Sul e a Escola Superior Pedagógica afecta à Universidade Lueji AKonde têm quota-parte na efectivação do evento.

Por esta razão, segundo avançou Angelino Quissonde, a presidência da actividade está reservada para o vice-governador para Área Técnica, engenheiro Evanelson Caputo, enquanto a aula magna, a título de boas vindas, cabe ao decano da Escola Superior Pedagógica, Fidel Manassa. As sessões formativas mais viradas para a área das engenharias estão programadas para os dois engenheiros de construção civil, um da área ambiental e o outro da mecânica, que constituem a equipa da OEA. O coordenador dos workshops na Ordem dos Engenheiros de Angola realçou que, numa altura em que o país regista uma baixa considerável de oferta de emprego, não é prudente que os engenheiros, tidos popularmente como técnicos e operários do país, estejam de braços cruzados, depois das formações que receberam. Justificou a preferência actual pela parte Leste de Angola com a invocada alegação segundo a qual as Lundas só possuem diamante, apresentando, em seguida, o quadro de contrariedade ao preconceito em causa, cingido na dinamização dessa área do país, já que, segundo especificou, a engenharia visa a transformação da natureza, através da inteligência, para a produção de produtos, de forma natural ou por reciclagem.

“Quarentena” em vez da isenção de imposto

Questionado se as políticas actuais do Estado encorajam os engenheiros e especialistas de outras áreas a enveredarem para o empreendedorismo com intenção de criação de postos de trabalho, Angelino Quissonde assegurou que o Governo já deu o primeiro passo, ao facilitar a criação de empresas. “O Governo apoiou muito na formalização da criação de empresas, porque, hoje, o individuo para abrir uma firma só precisa de 11 mil Kwanzas, mas, uma vez instalado, o Executivo te dá a mesma exigência do empresário que já está há mais de 20 anos no mercado”, realçou o interlocutor de O PAÍS, tendo aclaro que tanto a um como ao outro é cobrado o mesmo preço. Por isso, o engenheiro é de opinião que, ao invés de os empresários lutarem pela isenção de impostos, solicitem uma quarentena, de modo que possam pagar faseadamente, e mais tarde, os tributos exigidos, facilitando, desse jeito, que a empresa ganhe estabilidade e sustentabilidade. Para o caso das Lundas, o prelector recordou que foram convidadas entidades dos governos e responsáveis da banca, a fim de se analisarem situações viradas para este capítulo.