paralisação de autocarros aumenta dificuldades dos habitantes da barra do Cuanza

paralisação de autocarros aumenta dificuldades dos habitantes da barra do Cuanza

Os meios de transporte não circulam há cerca de um mês, situação que deixa os residentes dessa zona costeira de Luanda de mãos atadas

Texto de: Alberto Bambi

Moradores da Barra do Cuanza, município de Belas, viram os valores que gastavam no transporte a aumentar consideravelmente devido à paralisação dos dois autocarros públicos da Transportes Colectivos Urbanos de Luanda (TCUL). “Apesar de pagarmos 300 Kwanzas por cada viagem ao Benfica ou vice-versa, estes autocarros já estavam a ajudar a economizar um pouco e diminuíram os gastos anteriores para o mesmo fim”, disse António, o nativo da localidade em causa que estuda na escola secundária do II Ciclo do Ramiros.

Segundo ele, antes da semana da greve dos trabalhadores da TCUL já havia um certo descontentamento da parte dos motoristas destacados nessa área, que repetidas vezes reclamavam sobre o sistema de trabalho imposto pela Administração da referida circunscrição.

Importa referir que os dirigentes locais haviam estabelecido um sistema de funcionamento adequado às necessidades locais, de modo a que os dois autocarros circulassem entre as sete e as nove horas, para o primeiro turno, sendo o segundo entre as 11 e 15 horas, para cumprirem o último depois, das 17 às 19 horas. “Não faltavam vezes em que o autocarro ia ou vinha vazio, o que, na opinião dos condutores, era considerado como gasto de combustível e outras perdas”, referiu António, que não se escusou de revelar que quando viajava nesses momentos conversava muito com os motoristas.

Busca de cura afectada Além de se queixarem dos prejuízos que ocorreram no negócio do pescado e outros produtos de que dispõem na Barra do Cuanza, algumas mulheres falaram dos custos aumentados na busca de cura aos hospitais das localidades do Ramiros e Benfica.

O percurso de ida-e-volta, por via de táxi, que já cobrava 600 Kwanzas do bolso do cidadão, voltou a custar o dobro dessa cifra, ao ponto de variar para mil e 500, no caso de o destino ser mesmo no Benfica.

Quem se viu bastante impedido de se movimentar para os tratamentos recomendados à sua filha é o casal Benjamin Celestino e Beatriz Ponta, para quem o custo do autocarro já impunha esforço redobrado. “Até agora ainda não fizemos as consultas, análises e os tratamentos recomendados pelos médico do Hospital Josina Machel, no fim do mês de Setembro, porque nos meados de Outubro aconteceu esta situação”, disse o pai da pequena Telminha, a menina de dois anos que denota um crescimento retardado.

Benjamin Celestino sugeriu que administração se esforçasse para repor a circulação dos autocarros da TCUL para não ver ir por água-abaixo a difícil conquista desses meios de transporte para o bairro, muito aplaudida pela comunidade local.