João Lourenço reitera combate à corrupção em Angola

João Lourenço reitera combate à corrupção em Angola

No Palácio da Bolsa, na cidade do Porto, João Lourenço falará no coração do empresariado português, no Norte do país. E é neste discurso, que antecederá as conversações com o primeiro- ministro de Portugal, António Costa, e a assinatura de doze acordos e memorandos que envolverão os ministérios das Relações Exteriores do Ambiente, da Cultura, do Interior e do Turismo, entre outros.

Ontem na Assembleia da República, o Presidente angolano ouviu o líder daquela casa, Ferro Rodrigues, dirigir-se-lhe, e à primeira-dama Ana Dias Lourenço, dizendo: “Acolhemos de braços abertos o Povo Angolano”. João Lourenço, numa casa da democracia, disse, por sua vez que para Angola “é chegado o momento de encarar novos desafios com vista a garantir o aprofundamento da democracia e o desenvolvimento económico e social do país”.

E este aprofundamento foi depois explicado pelo Presidente, que assumiu o desafio da implementação pela primeira vez do poder autárquico em Angola e a previsão da realização de suas primeiras eleições em 2020. “O Executivo que presido elegeu duas principais frentes de batalha, que uma vez vencidas, garantirão o êxito do nosso programa de governação e, consequentemente, trarão o progresso e bem-estar dos cidadãos angolanos, num quadro de maior respeito aos direitos e liberdades fundamentais consagrados na Constituição e na lei”, continuou João Lourenço.

Corrupção é um cancro

O combate à corrupção e impunidade, bandeiras do Presidente angolano, foi referido mas apelando ao envolvimento do poder legislativo e do judicial, “mas também de toda a sociedade civil que se revê nele como parte activa no combate a este cancro que corrói os alicerces de qualquer sociedade”. O Presidente garantiu que “estamos a construir uma nova Angola, de transparência, de concorrência leal nos negócios, com um ambiente de negócios cada vez mais amigo do investimento”. Ainda no plano económico, Lourenço disse que Graças a um conjunto de corajosas medidas macroeconómicas adoptadas, prevê-se uma ligeira recuperação do crescimento económico para 2019, com o sector não petrolífero a exibir taxas de crescimento mais animadoras.

Antecipando o encontro de hoje, com empresários, o Presidente angolano disse, ontem na Assembleia da República, que “Angola está aberta a uma maior presença de empresários e homens de negócios portugueses na nossa economia, para que possamos edificar na prática uma base de cooperação mutuamente vantajosa para os nossos povos e países”. Porém, no período da manhã, depois de recebido pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, e respondendo a uma pergunta sobre se no combate à corrupção o seu executivo não estaria a “brincar com o fogo”, Lourenço respondeu: “Vamos continuar a brincar com o fogo, mantendo o sempre sob controlo. Não nos vamos queimar. Para acrescentar: ““Não vamos recuar. É preciso destruir o ninho do Marimbondo. Angola tem 28 milhões de habitantes, não há 28 milhões de corruptos”.

Com os angolanos

Entretanto, depois dos encontros no Porto, João Lourenço deverá juntar-se hoje ainda, no fim do dia, à comunidade angolana em Portugal, estimada em 17 mil pessoas, contra os 153 mil portugueses que se estima que vivam e trabalhem em Angola. Em nome da comunidade angolana, João Lourenço agradeceu ontem, nos Paços do Conselho, a acolhimento que a capital portuguesa dá aos angolanos, fundamentalmente aos que na cidade procuram obter a sua formação académica. O encontro na Câmara Municipal de Lisboa, onde João Lourenço recebeu a chave da cidade das mãos do edil Fernando Medina, foi encerrado pela trova de Paulo Flores que cantou Muxima.