ONG japonesa oferece bolsa de estudos para jovens angolanos desfavorecidos

ONG japonesa oferece bolsa de estudos para jovens angolanos desfavorecidos

Para além de angolanos, ao nível da África, serão seleccionados um total de 42 estudantes de outros países, incluindo Moçambique, Cabo-Verde e Guiné Bissau

Texto de: Domingos Bento

Um grupo de técnicos da Ashinaga, uma organização nãogovernamental japonesa, encontra- se, desde ontem, em Luanda, para recrutar jovens órfãos, desfavorecidos ou em situação de risco para estudarem no Brasil, no âmbito do seu programa de apoio educacional aos jovens que, por diversas dificuldades, não tiveram oportunidade de concluir o ensino superior.

Em entrevista a OPAÍS, Kenji Lino, coordenador do programa para os países lusófonos, fez saber que os candidatos seleccionados poderão, no próximo ano académico, estudar numa das mais influentes e concorridas universidades do Brasil num período de até quatro anos, em matérias de liderança e empreendedorismo.

Segundo o responsável, findo o período de formação, os jovens seleccionados poderão voltar às suas comunidades com um nível de conhecimento, ferramentas e técnicas que poderão transformá-los em líderes comunitários e, com o seu exemplo, poderem impactar no desenvolvimento do meio aonde estão inseridos.

De acordo com Kenji Lino, todos os custos relativos à formação, material didáctico, hospedagem, transporte e alimentação serão da responsabilidade da Ashinaga, que, apesar de ser de origem japonesa, vem contribuindo para o desenvolvimento comunitário e social de vários países do mundo, sobretudo em África.

A referida organização aposta no forte desenvolvimento global académico, por meio do aumento de acesso ao ensino superior de jovens desfavorecidos.

“Apoiamos estudantes órfãos com vontade de dar continuidade aos estudos e empenhados em regressar à casa e iniciar mudanças positivas em suas comunidades.

Oferecemos apoio financeiro integral para estudar no exterior (equivalente à licenciatura), inclusive propinas escolares, moradia, custo de viagem e outras despesas necessárias”, frisou.

Para o ano lectivo 2019, a nível da Africa, Kenji Lino fez saber que serão seleccionados um total de 42 estudantes africanos, incluindo, para além de Angola, Moçambique, Cabo- Verde e Guine Bissau, sendo que a prioridade recai para jovens dos 17 aos 23 anos de idade que tenham concluído o ensino médio e que apresentem uma acentuada situação de vulnerabilidade social.

“O nosso desejo é que os selecionados, depois de formados, possam impactar as suas comunidades de maneira positiva. É por isso que estamos a investir fortemente porque acreditamos na força dos jovens africanos”, atestou.

contactos e inscrições Segundo ainda Kenji Lino, o grupo estará em Luanda por um período de três dias de forma a manter contacto com os potenciais candidatos à concorrida bolsa.

À semelhança de outros países, Kenji Lino esclareceu que a sua instituição está a trabalhar em parceria com a embaixada do Japão em Angola e os interessados também poderão ser seleccionados nesta representação diplomática.

“Para além das embaixadas, há outras três maneiras de se inscrever para a Iniciativa Ashinaga África. Damos preferência para a inscrições online ou via e-mail. Não há taxas de inscrição e as pessoas nunca devem pagar alguém pela inscrição ou para fazer a inscrição em seu nome”, esclareceu.