Agente da Polícia acusado de ter violado menina de 13 anos

Agente da Polícia acusado de ter violado menina de 13 anos

O último abuso, ou o que fez com que o polícia fosse descoberto, deu-se no dia 19 de Novembro, quando a menina de 13 anos, como nos conta a mãe, Dona Joana, foi obrigada pelo agressor, sob a mira de uma pistola, a subir no seu carro. Ela ia à busca de gelo, na segunda casa de sua mãe, a mando desta. Desde as 7h que saiu de casa, apenas apareceu no dia seguinte, com sinais de agressões, completamente suja. Questionada sobre onde tinha estado, a menina decidiu contar tudo o que se tem passado, respondendo que tinha sido esforçada a subir no carro por Manuel Bravo, que a transportou no Kilamba, no quarteirão K e abusou dela.

“Ele estragou a menina. Ela está aqui, mas cheia de dores, porque afinal não é a primeira vez, é a quarta, e ele a usou até no ânus. Ele deve ter drogado a criança. Ameaçou a menina de morte com a pistola, e disse que, se ela contasse, mataria também a sua mãe e ninguém lhe faria nada”, conta. N. S., de 13 anos, a vítima, disse que o agressor a conhece, por ser colega de escola do seu irmão, e pelo facto de a ter ameaçado de morte, várias vezes com a sua pistola. A casa, no Kilamba, é praticamente um apartamento que é pouco usado, segundo a menina. Na primeira vez chegou a sangrar e, depois de ser violada, o agressor fez fotos, ela tentou fugir, mas por não conhecer a zona, desistiu. A menina apresenta sinais de agressões em várias partes do corpo, segundo a mãe, inclusive nas zonas genitais. Os abusos foram perpetrados, de acordo com a menina, sem o uso de preservativo. Foi abusada três vezes na cidade do Kilamba e uma vez na Vila Kiaxi. “E na Vila Kiaxi é na casa do pai, uma casa que está em obras e tem seguranças, que não fizeram nada”, reforçou a mãe da menina.

‘Tirou fotos da menina nua’ “

Se ele pensa por ele ser filho do Comandante, e a tia ser polícia, ele vai ficar impune, está engano”, garante a mãe, que tenta recuperar de uma cirurgia a que foi submetida. A mãe conhece a casa do jovem e sabe que ele é filho de um comandante e a sua mãe também é polícia. A família, diante desta situação, dirigiu-se à casa dos seus familiares para buscar satisfação de Manuel Pereira Bravo. “Afinal, para além de a violar, tirou fotografias na miúda e está a espalhar nos seus amigos, alegando que ela faz esta vida. Viemos a descobrir que ele já tem feito isso com outras meninas”, acrescentou Joana.

Dona Joana disse que quando chegaram a casa dos familiares de Manuel, foi-lhes perguntado se são da família de 12 anos, situação que as levou a crer que o cidadão já terá violado, para além de N. S., uma miúda de 12 anos. A família desta menina, segundo a interlocutora, é de camada baixa e não conseguiu denunciar o violador nem levá-lo a arcar com suas consequências. “Quando fomos lá tirar satisfação, o senhor que nos atendeu nos perguntou se nós somos da família da menina de 12 anos, que o Nelinho recebeu uma notificação acusando- o de a ter violado, nós respondemos que não, que a nossa menina tem 13 anos. Então, isso é um hábito dele”, reforçou uma das irmãs de N. S. Tudo que a família quer é que se faça justiça, pois acredita que não é por ele ser polícia que o caso deve morrer. Como se não bastasse, a família da vítima disse que Manuel abriu uma conta de facebook com o nome da menina e está a conversar com os amigos, marcando encontro, para dar a entender que a menina gosta destas coisas.

‘Envolvi-me com ela, mas não foram 4 vezes’

Em busca do contraditório, a nossa equipa de reportagem dirigiu-se à casa que a mãe da vítima disse ser dos pais do acusado. Lá, a senhora que nos recebeu, começou por esclarecer que não se trata do seu filho e sim seu sobrinho, que não vive com eles, mas na Centralidade do Sequele. Após a sua tia ter entrado em contacto com ele, que veio a autorizar a entrega do seu terminal telefónico, conversamos com aquele que é carinhosamente chamado de Nandinho.

O acusado preferiu provar, mandando as fotos que a menina partilhava, com o seu irmão mais velho, bem como as mensagens que mostram uma história contrária à que constatamos inicialmente. “Deixa dizer, que se até agora não há uma queixa-crime contra mim é porque a família sabe a miúda que tem. Ela não é flor que se cheire e é mentira pensar que ela era virgem, que a violei, pois ela já faz isso há muito tempo”, disse em sua defesa Nandinho, ou Manuel Bravo. Nandinho mostrou a mensagens que a menina trocou com o seu irmão, que a conhece bem e que chegou a dizer que “ela anda com pai de família, que tem filhos com quase a sua idade”. Uma miúda que faz isso não é inocente, segundo o interlocutor.

Ainda para sustentar a sua defesa, mostrou fotos nuas, tiradas supostamente na casa da menina, e enviadas para o seu irmão. Num dos fundos da foto, em que a menina se apresenta descoberta a parte de baixo de seu corpo, está um portão branco, com um cachorro castanho escuro, acorrentado ao portão. “Eu reconheço que já me envolvi com ela, mas ela já não era virgem, pois foi ela mesmo quem me disse. É mentira que me tenha envolvido com ela quatro vezes e é também mentira que fiz com ela sexo anal. Nunca fiz sexo anal com a menina nem com ninguém, até porque sou católico e a minha religião não permite esse tipo de coisa”, defende.

Nandinho acrescentou ainda que a família da menina está a manipular que ela está “doente e com dores, quando na verdade já faz sexo há muito tempo”, disse ele, que alega já ter pedido que fosse notificado pela polícia para responder, mas a família prefere a mediatização para não deixar ficar mal o seu tio, que é comandante e que nada tem a ver com isso. Acusa ainda a família de não ter controlo do desvio comportamental da menina. Perguntado se sabia a idade da menina, quando envolveu-se com ela, Nandinho respondeu que não sabia a idade dela. “Nem me passou pela cabeça que ela fosse menor, porque ela me mostrou as conversas que tinha com outros homens. Depois, mais tarde, me apercebi que ela tinha 16 anos, mas estes dias a família diz que tem 13 anos, só para me incriminar”, finalizou, acrescentando que está a ser ameaçado de morte por parte da família da menina.