APPO quer aumentar a quota de conteúdo local em 30% até 2030

APPO quer aumentar a quota de conteúdo local em 30% até 2030

A informação foi avançada pelo director de marketing da África Local Content (ALC), Sérgio Silva Segundo o responsável, que falava no último dia da IIª conferência africana sobre conteúdo local na indústria de petróleo e gás, que terminou ontem, em Luanda, actualmente a quota de conteúdo local no continente africano está abaixo de 20% Para o alcance desta meta, será criado um estatuto e uma plataforma de divulgação de informações sobre as preocupações e perspectivas dos países membros da APPO e a elaboração de um relatório com recomendações que serão dadas a todos os países africanos.

Referiu ainda a realidade sobre o conteúdo local em África, que varia de país para país, por isso, reconhece que trabalhos do género devem ser constantes, para melhorar a actividade e a economia do continente “O contexto do conteúdo local não é um trabalho que acontece de dia para a noite mas é um trabalho que deve ser feito para a melhorar as economias dos países africanos”, afirmou. Para Sérgio Silva, as políticas de contratação dos serviços de conteúdo local devem ser vistas como um acto de balanço e não obrigatórias, para que as companhias de petróleo e gás que operam num determinado país não se sintam obrigadas, mas impulsionadas.

Referiu que, as experiências vão servir para melhorar o nível de conteúdo local e a cooperação regional que pode haver em África e também melhorar o nível de conteúdo local eficaz para melhorar o estado das indústrias. Um dos resultados da conferência também foi um relatório que vai compor um panorama total sobre o estado actual do conteúdo local em África e algumas conclusões do evento, que será distribuído e vai servir de guia para todos os países membros da Organização dos Países Produtores de Petróleo (AAPO) Outra proposta que consta no relatório final será a realização das conferências sobre conteúdo local de firma anual.

A conferência contou com uma exposição de mais de 19 empresas nacionais de produção de conteúdo local, como a Anglofex, Petromar, Erema, Sonamet, Sonils e Umbilicais A segunda conferência sobre Conteúdo Local na indústria de petróleo e gás do continente africano realizada, pela segunda vez, em Luanda, foi promovida pela Organização dos Países Produtores de Petróleo Africanos (APPO). Além dos países membros (Angola, Argélia, Benin, Camarões, Congo, RDCongo, Cote D Ivoire, Egipto, Guiné Equatorial, Gabão, Ghana, Líbia, Mauritânia, Níger, Nigéria, África do Sul.

Conteúdo local participa com 10% na indústria petrolífera

As empresas nacionais apenas participam com uma quota de 10 % do conteúdo local da indústria de exploração de petróleo e gás em Angola, informou o presidente da Prodiaman, Pedro Godinho. Entre 2013 e 2014, segundo o responsável, a contribuição das empresas nacionais no conteúdo local atingiu o valor de USD 3,5 mil milhões. Ao falar à imprensa na 2ª conferência africana sobre conteúdo local na indústria de petróleo e gás, disse ainda que o Governo definiu uma estratégia que passa pela associação das multinacionais, que operam no mercado nacional, com as empresas angolanas, para desenvolver o segmento do conteúdo local. A este respeito, informou que 2014 foi o período mais alto da participação das empresas nacionais no conteúdo local, devido ao elevado nível de facturação e “know how”.

Tendo em conta o contexto de crise que o país e o sector enfrentam, entende ser importante a criação de leis que ajudem a consolidar a actividade das empresas nacionais, com maior oportunidade na prestação de serviços e bens na actividade de petróleo e gás. Lembrou que, há 20 anos, as multinacionais que operavam no país traziam os bens e serviços e no final da sua actividade levavam os valores aos seus países de origem e o Governo reembolsava os custos operacionais que tinham no país. Para Pedro Godinho, as empresas nacionais de conteúdo local, como a Sonamet e a Panael, que se dedicam ao fabrico de estruturas de plataformas de produção petrolífera, devem estar ao mesmo nível das sul-coreanas, americanas e de outros países. As empresas nacionais prestam serviços de logística, engenharia, controlo de equipamentos sub-aquáticos e outras parcerias que prestam à indústria de petróleo e gás.