Traição: é esta a hora e o dia em que mais acontece, avisa estudo

Traição: é esta a hora e o dia em que mais acontece, avisa estudo

Passar por uma traição afeta inevitavelmente a vida a dois. Fica para sempre. Isto apesar de parecer tão agendável como outros compromissos triviais do dia-a-dia

POR: Texto de Ana Pago | DN Life

Fala-se em traição e pensamos logo em sexo ardente de improviso, sem local próprio nem hora marcada. É o que der para os amantes sempre que conseguem iludir a vigilância dos cônjuges para se lançarem nos braços um do outro, seja lá quando isso for. Ou pelo menos assim parecia. Na verdade, um estudo recente divulgado no jornal britânico The Sun, realizado pelo IllicitEncounters. com – o maior site de namoro extraconjugal do Reino Unido –, revela que o pico do adultério ocorre às Sextas-feiras pelas 18h45, altura em que se torna mais fácil alegar uma saída para espairecer do stress da semana.

A desculpa de ir beber um copo com amigos ou colegas de trabalho é utilizada por 92 por cento dos mil inquiridos.

Não é à toa que a desculpa de ir beber um copo com amigos ou colegas de trabalho é utilizada por 92 por cento dos mil inquiridos, todos eles utilizadores do Illicit Encounters. A essa soma-se a de ter de ficar a trabalhar até mais tarde, igualmente aceitável quando o fim de semana está à porta e ninguém quer levar trabalho para casa. «O que esta nova pesquisa nos mostra é que os sujeitos que traem são criaturas de hábitos», traduz Christian Grant, o porta-voz da plataforma online para pessoas casadas responsável pelo estudo. «Mantêm rotinas rigorosas, às quais tendem a agarrar-se quando estão a ter um caso amoroso», diz.

Idas ao ginásio também figuram na lista das desculpas mais utilizadas por quem trai.

Ainda segundo dados obtidos por este serviço de encontros extra-conjugais, 74 por centos dos infiéis também já invocaram uma ida ao ginásio a dada altura – é essa a desculpa que se segue na lista das mais utilizadas. Outras justificações, que podem ser mais ou menos eficazes consoante a lata de quem as profere e a vontade de o cônjuge acreditar, incluem visitar um amigo de longa data, ficar preso no trânsito ou ir às compras. E porque dois dias inteiros longe do amante deixam uma pessoa a morrer de saudades, é durante a ida para o trabalho à Segunda-feira que as mensagens para o outro disparam, especialmente entre as 08h00 e as 09h00: das 600 enviadas em média por hora, o número triplica para mais de 1900. Sextas-feiras, entre as 21h00 e as 22h00, é uma das alturas em que os amantes mais trocam mensagens entre si.

Outro intervalo de ouro para os amantes trocarem umas palavras de afecto é entre as 21h00 e as 22h00 de sextafeira, já a assumirem que poderá ser impossível conseguirem comunicar com o outro nos dois dias que se seguem – sobretudo se houver marido, mulher ou ambos pelo meio, à mistura com crianças. E sim: casais funcionais, que se amam, também podem cair em tentação, afirma a psicóloga e terapeuta de casal Cláudia Morais, autora de Sobreviver à Crise Conjugal (ed. Oficina do Livro). Ninguém está livre de passar (ou fazer o outro passar) por uma infidelidade na vida a dois. «A esmagadora maioria de quem trai é surpreendida por um conjunto de emoções positivas, que já nem se lembrava que existiam, e então deixa-se levar», explica a especialista, para quem trair tem quase sempre menos a ver com sexo do que com a necessidade de se sentir vivo.

Sinais:

DESINVESTIMENTO . Que fique bem claro: a traição do outro não é culpa sua. Posto isto, acontece que períodos mais atarefados na sua própria vida – devido ao trabalho, filhos, um curso que esteja a tirar, um problema de saúde que lhe tenha consumido todas as forças – podem levar o parceiro a sentir-se negligenciado e serem propícios a casos extra-conjugais.

ATITUDE . Podem ser mudanças pequenas como um perfume novo ou um visual diferente, ou outras menos subtis como mudar de divisão para atender um telefonema, passar horas nas redes sociais ou chegar a casa tarde. O outro começou a falar muito de alguém, contando coisas que essa pessoa disse e fez no trabalho? É outro indício forte de que está envolvido, pelo menos ao nível emocional

ENSAÇÃO . Às vezes nem é nada de concreto, só instinto. O outro começa de repente a criticar o seu comportamento e aparência? Discute consigo por tudo e por nada (a justificar o deslize)? Afasta-se sexualmente de si, mas depois tem momentos de afeição súbita em que lhe oferece presentes? São tudo sinais recorrentes de traição.

VIRAGEM . Como está a vida a dois neste momento? E a sua? Promoveram- no? Despediram-no? Perdeu algum familiar próximo? Diagnosticaram- lhe uma doença grave que o pôs em busca de emoções fortes? É que traições têm quase sempre menos a ver com sexo do que com a necessidade de se sentir vivo.

INFÂNCIA. Não quer dizer nada por si só, mas sabe-se que feridas não curadas na infância – incluindo a infidelidade dos pais ou cuidadores próximos – aumentam as probabilidades de repetição em adulto. Tanto quanto uma educação demasiado repressiva pode vir a descambar em rebeldia e tendência para pisar o risco em adulto.

HISTÓRICO. Também certos hábitos podem indicar uma predisposição para a traição, como o facto de o parceiro já ter sido infiel anteriormente, usar apps de namoro, frequentar massagistas profissionais ou ver pornografia depois de já estar numa relação consigo. Outros alertas passam por o outro ter muitos amigos e familiares infiéis no seu círculo íntimo ou ser, ele mesmo, viciado em sexo.