Autoridades francesas temem espiral de violência

Autoridades francesas temem espiral de violência

Apesar de desistir nesta semana dos planos de aumentar os impostos dos combustíveis, a motivação da revolta nacional, o Presidente Emmanuel Macron está a ter dificuldade para conter a raiva que levou aos piores distúrbios públicos no centro da capital desde 1968. Os revoltosos incendiaram carros, quebraram vidros, saquearam lojas, espalharam pichações anti-Macron em alguns dos bairros mais abastados de Paris e depredaram o Arco do Triunfo. Muitas pessoas ficaram feridas e centenas foram presas durante batalhas com a polícia.

Na noite de Quarta-feira o primeiro- ministro, Édouard Philippe, anunciou que está a descartar os aumentos dos impostos dos combustíveis planeados para 2019, já tendo comunicado uma suspensão de seis meses no dia anterior, numa tentativa desesperada de desarmar a pior crise do Governo Macron. A autoridade do Palácio do Eliseu disse que informações de inteligência indicaram que alguns manifestantes irão à capital “para vandalizar e matar”. A ameaça de mais violência representa um pesadelo de segurança para as autoridades, que fazem uma distinção entre os manifestantes pacíficos “coletes amarelos” e grupos violentos, anarquistas e saqueadores dos subúrbios carentes que dizem ter-se infiltrado no movimento.

Os protestos dos “coletes amarelos”, que se referem às jaquetas fluorescentes que os motoristas franceses são obrigados a ter nos seus veículos, irromperam em Novembro por causa da queda do padrão de vida resultante dos impostos dos combustíveis. As manifestações logo se transformaram numa rebelião abrangente, e às vezes violenta, contra Macron, e não têm um líder formal. O ministro da Educação, Jean- Michel Blanquer, exortou as pessoas a ficarem em casa no próximo fim-de-semana. As forças de segurança disseram que o governo está cogitando usar tropas actualmente presentes em patrulhas anti-terrorismo para proteger edifícios públicos.