Ordem dos Contabilistas prepara formação para autarquias locais

Ordem dos Contabilistas prepara formação para autarquias locais

A contabilidade ainda não é das especialidades mais atraentes do mercado, no entanto, é das que oferece mais oportunidade de emprego, uma vez que cada empresa precisa de um contabilista entre os seus quadros. E as oportunidades tendem a ser maior com o advento das autarquias locais. Atenta ao processo em preparação, a Ordem dos Contabilistas de Angola (OCA) prepara um ciclo formativo que terá lugar, em princípio, em Maio de 2019. “Pretendemos dotar os nossos filiados, e não só, de ferramentas que lhes permitam actuar no quadro do processo autárquico. Pretendemos fazer uma formação de dimensão nacional, em Luanda, com a participação de membros vindos de todo o país. Entretanto, até agora é só uma pretensão.

Estamos a trabalhar”, acautelou fonte da direcção da Ordem. Lembra que, as administrações locais, em número de 165, vão precisar de um contabilista cada uma, quando o processo chegar a todas elas. A formação, prossegue a fonte, não estará virada apenas para o processo autárquico, mas também para a auditoria, uma vez que muitas empresas não possuem processos contabilísticos devidamente organizado. O processo visa igualmente despertar o interesse de jovens para o sector, assim como o regresso daqueles que estão formados mas actuam noutras áreas.

Número de contabilistas ainda é insuficiente

Apesar do número de contabilistas inscritos na Ordem, 4.700, ainda considerado reduzido em função da quantidade de empresas públicas e privadas existentes no país, assim como outras instituições, o certo é que grande parte dos inscritos actuam fora do sector. “As empresas preocupam-se pouco em ter um contabilista. Ainda há improviso, quando até temos técnicos desempregados. E a contabilidade é um sector nevrálgico para a estabilidade das empresas”, referiu. Dos mais de 4 mil contabilistas inscritos, adianta a fonte, cerca de 2 mil não exercem a profissão, estando distribuídos pela banca, seguros e outros sub-sectores das finanças.

Do número disponível, sublinha, muitos não constam da lista dos melhores quadros, outros ainda estão em fase de estágio. “Os melhores saíram”, avança, mas sem apontar as verdadeiras causas. Em função do quadro, reconhece que “precisamos de mais quadros, pois o país tem muitos desafios pela frente. E todos os sectores do saber devem participar. Nós, os contabilistas, não podemos ficar de fora”, reconheceu. Na sua abordagem, o quadro sénior da Ordem refere que há províncias que não têm um contabilista em funções, dando o exemplo do Moxico, a maior de Angola, não descartando o mesmo cenário noutras regiões do país.