A embarcação foi construída na Roménia desde Outubro de 2016, nos estaleiros da empresa holandesa Damen e custou USD 75 milhões e 901 mil .
Baía Farta servirá não só à comunidade científica de Angola, como também à comunidade científica internacional, uma vez que Angola está localizada entre duas grandes correntes oceanográficas: a de Benguela e a da Guiné.
O acto de apresentação foi orientado pela directora nacional do instituto investigação Pesqueiro e Marinha do Ministério das Pesca e do Mar, Filomena Vaz Velho, que, na ocasião, informou que este é o primeiro navio oceânico que Angola adquiriu. No quadro dos três países que partilham a corrente fria de Benguela (Angola, África do Sul e Namíbia). Angola era o único que não possuia embarcação de investigação marinha.
Segundo Filomena Vaz Velho, as actividades de investigação pesqueira eram realizadas através de dois navios, um norueguês e outro da FAO, que efectuavam os cruzeiros de investigação, mas em função da disponibilidade do navio, pois só era possível ter o mesmo duas vezes ao ano, o que deixava, muita das vezes, certas áreas sem beneficiar deste serviço, frisou.
“Com este navio teremos agora potencialidade de conhecer o lado desconhecido da costa marítima angolana, além de permitir uma gestão rigorosa dos recursos pesqueiros, bem como dos seus ecossistemas, tendo em conta as valências que o mesmo possui para se trabalhar nas diferentes áreas, com destaque para os locais onde cada espécie desova ”, disse.
De acordo com a responsável, o navio de investigação Baia Farta vai igualmente permitir o mapeamento das áreas visando a protecção das espécies, bem como as zonas de desova, o que é muito importante para o ciclo de vida das espécies marinhas.
Questionada para quando a entrada em funcionamento da embarcação em aguas territoriais angolanas, Filomena Vaz Velho informou que o navio se encontra no país já há uma semana e, tão logo esteja tratada toda a documentação, o mesmo começa a operar.
Sobre o Navio
O navio de investigação pesqueira mandado construir pelo Governo Angolano, Baía Farta, como é baptizado, vai revolucionar a actividade do sector em vários domínios. Esta embarcação permite aferir o nível de poluição do nosso mar e oceano, com os plásticos e não só, e ajudará a encontrar soluções para minimizar esta poluição.
Equipado com a mais moderna tecnologia, este navio também permitirá aumentar o conhecimento sobre o mar nacional, bem como ajudar a estabelecer o reforço no âmbito da cooperação com investigadores de outros países e universidades nacionais, até mesmo desenvolver parcerias em projectos de investigação a nível regional, pois ele faz a diferença por ser da mais alta tecnologia.
Com uma faixa costeira de 1.650 quilómetros que percorre o país de Norte a Sul, Angola ganha um navio de investigação que vai também absorver quadros do ministério, técnicos médios e superiores em formação nesta altura em Angola e na Bulgária.
A designação Baía Farta realça um dos principais pólos da indústria pesqueira no país, localizado na província de Benguela.