“Ruínas de Massangano” um histórico e de atracção turística

“Ruínas de Massangano” um histórico e de atracção turística

Estes locais, construídos no século XVI pelos portugueses, continuam a ser atractivos para turistas nacionais e estrangeiros, que ali se dirigem, a fim de testemunhar a história. Reza a história que a sede comunal de Massangano foi a capital provisória da província ultramarina de Angola, no reinado do capitão português Paulo Dias de Novais, que edificou os referidos locais, onde eram comercializados os escravos africanos para a Europa e América As infra-estruturas, que estão sob tutela do ministério da Cultura, apesar das limpezas realizadas pela administração, carecem de conservação.

Alguns destes espaços encontram- se invadidos por Arbustos , como é o caso do Tribunal e do Cemitério dos Capuchinhos, onde jazem os restos mortais de 23 frades Capuchinhos falecidos por doença.

A Igreja Nossa Senhora da Vitória, que se encontrava degradada foi restruturada em 2011, pelos padres Capuchinhos. Hoje, com uma nova imagem, tem sido um dos principais atractivos dos fiéis, que muitas vezes ali se deslocam. Neste espaço, edificado sob ordem de Paulo Dias de Novais, fundador de Luanda, é realizada uma peregrinação a cada segundo Domingo de Agosto. Defronte à Igreja, encontramos ainda o túmulo onde foi sepultado Paulo Dias de Novais, que morreu em Massangano, em Maio de 1589.

Os seus restos foram transladados posteriormente para a capital angolana. Acesso Um dos obstáculos para se ter acesso à Vila de Massangano, são as vias rodoviárias, que se encontram degradadas, devido à corrosão causada pelas águas da chuva.

Desde a estrada nacional nº 230 até a Vila Sede de Massangano são cerca de 20 quilómetros a ser percorrido. Na estação do cacimbo, apesar do desconforto durante a viagem (buracos e pedregulhos ao longo da via), é possível lá chegar, mas com alguns transtornos. Já no Verão, devido às enxurradas que se abatem sobre a região, a via fica intransitável. Luís Rodrigo João, administrador de Massangano, em conversa com este jornal avançou que, apesar da degradação da via, todos os finais de semana recebem visitantes que, para além da igreja, visitam as várias ruínas ali construídas.

“Os que conhecem a história do lugar vêm sempre reviver estes momentos, mas devido ao mau estado da via, têm vindo em número reduzido”, explicou. O administrador referiu que os locais históricos carecem de conservação, acção que considerou ser da responsabilidade do Estado.

O responsável disse ainda que têm feito o básico para manter os espaços limpos. ”Procuraremos conservar o que sobrou, a fi m de manter viva a história da comuna.

Aquilo é secular, no entanto, é necessário que os homens preservem o ambiente histórico, cultural e social da comunidade”, enfatizou. Luís rodrigo João lembrou que o processo de colonização do país teve continuidade em Massangano, um centro estratégico na luta entre os portugueses e holandeses.

Investimentos

O responsável considerou necessária e urgente a reabilitação da via que dá acesso à comuna, de modos a atrair turistas e investidores. Luís Rodrigo João avançou que têm recebido contactos para obtenção de parcelas de terreno, com vista a implementaremse projectos na área do turismo e hotelaria e da restauração

. ”Estamos à espera que os empresários acedam aos convites, para que possamos ver Massangano a desenvolver-se. É um apelo que temos feito, e desde já, dizemos que o convite continua aberto”, esclareceu.

As infra-estruturas

Massangano foi palco de alguns acontecimentos importantes da história de Angola.

A ocupação do território sob o comando de Paulo Dias de Novais, período de fundação da vila, e a invasão holandesa, durante a qual abrigou os portugueses em fuga, contribuíram para que lhe fosse atribuída uma carga simbólica particular e justifi caram, mais tarde, o valor patrimonial concedido a edifícios e espaços mais signifi cativos.

As infraestruturas de Massangano fazem parte do futuro roteiro turístico mais alargado, concebido como possível factor de desenvolvimento para a região.