Papa Francisco apela políticos a proteger cidadãos

Papa Francisco apela políticos a proteger cidadãos

O Papa Francisco alertou, nesta terça-feira, para a necessidade de os políticos protegerem as populações e trabalhar para criar as condições de um futuro digno e justo. Na sua mensagem de ano novo, o Papa Francisco avança que se for implementada no respeito fundamental pela vida, a liberdade e a dignidade das pessoas, a política pode tornar-se verdadeiramente numa forma eminente de caridade.
Cada renovação nos cargos electivos, cada período eleitoral, cada etapa da vida pública, de acordo com o Papa, constitui uma oportunidade para voltar à fonte e às referências que inspiram a justiça e o direito.
“De uma coisa temos a certeza: a boa política está ao serviço da paz, respeita e promove os direitos humanos fundamentais, que são igualmente deveres recíprocos, para que se teça um vínculo de confiança e gratidão entre as gerações do presente e as futuras”, lê-se na mensagem.
A par das virtudes, o Papa adianta que não faltam, infelizmente, os vícios, mesmo na política, devidos quer à inépcia pessoal quer às distorções no meio ambiente e nas instituições.
Os vícios da vida política, refere, tiram credibilidade aos sistemas dentro dos quais ela se realiza, bem como à autoridade, às decisões e à acção das pessoas que se lhe dedicam.
“Estes vícios, que enfraquecem o ideal de uma vida democrática autêntica, são a vergonha da vida pública e colocam em perigo a paz social: a corrupção nas suas múltiplas formas de apropriação indevida dos bens públicos ou de instrumentalização das pessoas, a negação do direito, a falta de respeito pelas regras comunitárias, o enriquecimento ilegal, a justificação do poder pela força ou com o pretexto arbitrário da razão de Estado, a tendência a perpetuar-se no poder, a xenofobia e o racismo, a recusa a cuidar da terra, a exploração ilimitada dos recursos naturais em razão do lucro imediato, o desprezo daqueles que foram forçados ao exílio”, reafirma.
Adianta que a paz é fruto de um grande projecto político, que se baseia na responsabilidade mútua e na interdependência dos seres humanos, mas é também um desafio que requer ser abraçado dia após dia.