Filho viola e mata a mãe por causa de 20 mil Kz

Filho viola e mata a mãe por causa de 20 mil Kz

Ana Josefa, que conhecerá a sua última morada hoje, no campo Santo da Camama, foi morta pelo seu filho caçula por lhe ter negado os 20 mil Kwanzas de que precisava para os gastos na passagem de ano.

O facto aconteceu no Domingo, mas o corpo da vítima, com sinais de agressão e abuso sexual, foi encontrado e removido pelos agentes de Polícia Nacional na Terça-feira, 1 de Janeiro. De acordo com Natália Teresa, outra filha da vítima, o irmão pediu aquele dinheiro à mãe, que o
juntou da venda de fuba de bombó na praça do Asa Branca, para comprar a roupa que usaria na noite de Réveillon, na Ilha de Luanda.

A mãe rejeitou, justificando que o valor em posse, um total de 60 mil Kwanzas, seria para pagar a renda da casa onde viviam os dois (a mãe e o filho). A malograda ainda sugeriu que ao invés de o filho ir à Ilha, a acompanhasse à igreja para passarem o ano em vigília, pelo que este rejeitou a proposta.

A recusa da entrega dos 20 mil Kwanzas deixou enfurecido Gabriel, ao ponto de atingir com um pau de pilão (objecto usado para pisar quizaca) na cabeça da mãe.

A senhora perdeu os sentidos e o jovem deu continuidade à sua acção macabra, tapando-lhe a boca com uma fita-cola, atando os membros, abusando-a sexualmente e posteriormente asfixiando-a até à morte.

Na Segunda-feira, com o corpo da mãe em casa, Gabriel André tirou 50 mil Kz no valor com que a mãe pretendia pagar a renda de casa, foi aos armazéns do Hoji-yaHenda comprar roupa branca para a passagem de ano. “Ele disse que fez isso com receio de que os vizinhos tivessem conhecimento de que bateu na mãe.

Ainda na Segunda-feira liguei no número dela, ele atendeu e disse que a mãe tinha ido à Mutamba”, conta a irmã. Depois de ter comemorado a passagem de ano na Ilha de Luanda, conforme pretendia, regressou à casa, às 6 horas, e procurava um álibi para a morte da mãe

. “Ainda na Segunda-feira liguei às 23 horas, ele disse que estava na Mutamba, mas a mãe já tinha ido em casa. Disse que seguiu-a e encontrou-a morta. Achamos estanho, porque a porta não foi arrombada e a casa cheirava mal, devido aos dias que ele guardou o corpo”, continuou.

Para que Gabriel André contasse a verdade foi preciso a intervenção do Serviço de Investigação Criminal no local. Ana Josefa vivia num quintal onde havia cerca de três anexos, Natália Teresa contou que o irmão aproveitou-se do facto para tentar culpabilizar os vizinhos pela morte da mãe.

“Ele dizia que na Segunda, à noite, deixou a mãe em casa e estava bem. Sorte que os agentes investigaram profundamente e, pelo facto de o corpo estar em estado avançado de putrefação, ele acabou por confessar”, disse. A filha da malograda avançou que a família está revoltada com o comportamento de Gabriel, que até tem nome de anjo, pelo que tudo farão para que pague pelo crime cometido.

A cidadã disse ainda que Gabriel André não tinha bom comportamento, mas pelo facto de ser o único rapaz a mãe o defendia muito. “Ele bebia muito, fumava e já tivemos conhecimento que chegou de violar uma criança. Por isso, não queremos saber dele e esperamos que a justiça seja feita”, apelou.

Vizinhos indignados

Os vizinhos, colegas e amigos estão indignados com o comportamento de Gabriel, que tinha o apoio da mãe, que sozinha batalhava para garantir o seu futuro. Rogério Simão, vizinho da malograda, mostrou-se triste com o ocorrido e confirmou Gabriel realmente comportava-se mal e muitas vezes discutia com a mãe.

“Ainda no Domingo ouvimos ele a discutir com a mãe. Afinal já tinha tudo planificado. A vítima era mulher batalhadora e não gostava de problemas. Era amiga de todos os vizinhos. Por isso estamos sentidos com a sua morte”, lamentou.