“Relações Angola China estão na fase de consolidação”

“Relações Angola China estão na fase de consolidação”

As relações entre Angola e a China estão na fase de consolidação, segundo o embaixador chinês em Angola, Cui Aimin, frisando que a cooperação entre os dois países não diminui, nem está estagnada. Cui Aimin entende que o número de investimentos feitos em Angola demostra que o seu país está a cumprir os acordos rubricados em diferentes áreas e sublinha que nos próximos anos a parte angolana começará a sentir os ganhos, particularmente na agropecuária e manufacturação. “Os investimentos Chinês em Angola não estão a diminuir, estamos a incentivar as nossas empresas a fazer investimentos nas áreas da agricultura e indústria em Angola, para se ter um desenvolvimento sem dependência”, disse o diplomata. O embaixador do gigante asiático disse que o seu país continuará a fornecer financiamento em diversas áreas para o desenvolvimento angolano, e, apesar de pedir tempo para que as acções vantajosas se manifestem, assegurou que os resultados positivos iniciais são já conhecidos.

Nova era

Para a nova era que o país atravessa, cinco a seis anos é tempo que Cui Aimin prevê para que os investimentos chineses comecem a dar os frutos desejados. Todavia, julga que a paciência e a calma devem dominar neste período de espera. Cui Aimin destacou ainda que as oito acções do intercâmbio entre a China e Angola abrangem áreas como a agricultura, cultura, infra-estruturas, educação, saúde e indústria, sendo que nesta última muitas são as fábricas instaladas nos últimos anos de cooperação, cujo número acredita estar em posse do Executivo Angolano. Sobre a governação de João Lourenço, Cui Aimin disse que algumas medidas de reformas que têm vindo a ser implementadas já se fazem sentir, sendo que outras serão consolidadas gradualmente, mostrando o seu optimismo sobre o ano económico 2019.

O diplomata acredita que esta é também a expectativa da população angolana que anceia por melhorias, pois que “o êxito do país significa a satisfação do seu povo”, destacando o 35º aniversário das relações entre os dois povos, assinalado no ano passado. Questionado pelos jornalistas sobre a inexistência de voos comerciais entre Beijing e Luanda, Cui Aimin reconheceu que esta situação tem criado constrangimentos, mas realçou que a falta de divisas é um dos aspectos que contribui para a situação. Entretanto, disse haver disponibilidade de empresas chinesas do ramo para a ligação semanal entre os dois países. Estima-se que em Angola vivem mais 100 mil chineses, destacados na área da construção civil, indústria e agricultura.

China e EUA

As tensões nas relações económicas entre os Estados Unidos da América (EUA) e a China também mereceram a atenção dos jornalistas e do representante chinês, tendo este último realçado que o diálogo é a melhor via. Cui Aimin lembrou que a condição económica dos restantes países do mundo depende em grande medida das condições económicas dos EUA e da China, por serem as maiores economias do mundo. Realçou que actualmente todos os países devem respeitar as regras internacionais na área do comércio, ao invés de procurarem apenas interesses próprios, realçando que a política externa da China não permite intromissão na política interna de qualquer país.