UNITA avança com proposta da CPI para investigar dívida pública

UNITA avança com proposta da CPI para investigar dívida pública

O vice-presidente da UNITA, Raul Danda, em declarações aO PAÍS disse que o seu grupo parlamentar vai brevemente formular junto da Assembleia Nacional o pedido para a criação de CPI a fim de ver esclarecidas as dúvidas que ainda pairam sobre a gestão da coisa pública.

Raul Danda lembrou que o próprio Executivo através do Ministério das Finanças admitiu que 25 por cento da dívida pública interna doméstica não é verdadeira, o que o levou a afirmar que o seu partido afinal tinha razão quando na Legislativa passada tinha solicitado à criação de Comissões Parlamentares de Inquérito sobre a dívida pública, proposta que acabou por ser recusada pela Assembleia Nacional.

“As questões que nós colocamos são: estes 25 por cento representam um número exacto ou será a mais? O que é que estará a acontecer relativamente à dívida externa? Temos agora um Presidente da República que fala sempre em nome da transparência nós vamos voltar à carga, vamos retrabalhar o documento e reformular o pedido para a criação da CPI junto do presidente da Assembleia Nacional”, disse.

Sonangol

O político garantiu que o seu grupo parlamentar fará a mesma coisa realativamente à estatal Sonangol, alegando que a UNITA estava certa no que a este assunto diz respeito. “Na vigência da engenheira Isabel dos Santos há coisas que se diziam. Veio depois o engenheiro Saturnino, também, há outras coisas que se dizem, temos assistido a uma troca directa de acusações entre os dois, o que mostra que qualquer coisa não está bem. Como os dois não poderão ter razão, alguém a tem ou ninguém a tem”, afirmou.

BESA

O grupo parlamentar da UNITA vai ainda questionar sobre a falência do Banco Espírito Santo Angola (BESA), mas que passado algum tempo, em seu lugar nasceu “ o Banco Económico com os mesmos activos, os mesmos passivos e os mesmos donos, passando a ser considerado como um banco normal”.

Segundo Danda, “O BESA ficou a receber dinheiros públicos e a gente não sabe o porquê. Houve pessoas que fizeram empréstimos de muitos milhões de dólares, este dinheiro não foi pago, para depois surgir o Estado a pagar o dinheiro que os devedores não pagaram, o que mostra mais uma vez que a UNITA tinha razão em pedir uma CPI sobre o BESA”, sustentou.

Fundo Soberano

A fonte referiu que há também uma série de zonas cinzentas no Fundo Soberano que se precisa esclarecer, mesmo que o seu antigo gestor, José Filomeno dos Santos (Zenú), e o seu sócio estejam em prisão preventiva. “Será que Zenú dos Santos que presidiu este Fundo terá feito alguma coisa de errado ou não? Provavelmente que sim e provavelmente que não também. Então precisamos de ter um inquérito que mostre o que vai ser feito do Fundo que geria milhares de milhões de dólares de todos os angolanos”, concluiu.