Antigos combatentes da FNLA dizem-se abandonados pelo Estado

Antigos combatentes da FNLA dizem-se abandonados pelo Estado

O presidente da Associação dos Antigos Combatentes(AAC) da FNLA, Lino Massaqui Ucaca, disse estar agastado com a postura do Governo por supostamente não reconhecer o esforço empreendido pelos antigos combatentes do Exército de Libertação Nacional de Angola(ELNA), antigo braço armado deste partido na luta de libertação nacional, como na defesa da soberania do país. Em declarações aO PAÍS, Lino Ucaca disse que os antigos combatentes sentem-se excluídos pelo Governo em relação aos demais exércitos de libertação nacional, por razões que disse desconhecer.

Apontou que os antigos combatentes das FAPLA(MPLA) e das FALA(UNITA) são os únicos que beneficiam de regalias sociais e outras benesses, em detrimento dos do ELNA, revelando que esta situação remonta a 1992. Declarou que os antigos guerrilheiros passam por uma situação extremamente difícil, sobretudo social, havendo quem passe “fome, sede, nudez, e humilhação”, por falta de dinheiro para resolver algumas prementes necessidades. Os antigos combatentes desta força política de libertação nacional clamam por mais reconhecimento, assistência social e de saúde, entre outras regalias, como as que usufruem os seus colegas das ex-FAPLA, antigo braço armado do MPLA, partido no poder.

Petições

Os antigos militares dizem ter feito várias petições às autoridades competentes no sentido de ver as suas questões resolvidas, ainda no consulado do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, mas sem sucesso.Disse que a instituição que dirige remeteu, em tempos, uma lista de 8 mil efectivos ao Estado Maior General das Forças Armadas Angolanas(FAA) para a sua reinserção na Caixa de Segurança Social, mas até ao momento nenhuma luz se vislumbra no “fundo do túnel”.

Mendicidade

Num encontro realizado ontem, em Luanda, com os associados, Lino Ucaca pediu, mais uma vez, a quem de direito para que resolva com urgência a reinserção de mais de 20 mil membros, cuja maioria vive na extrema pobreza. “A maior parte das pessoas vive na mendicidade, associada à sua avançada idade, não consegue fazer nada para sobreviver, depende de terceiros, em alguns casos, e outros acabam por morrer”, revelou o responsável. Questionado sobre o contributo do seu partido para a resolução deste caso, respondeu ser nula, realçando ser uma responsabilidade do Governo. “A FNLA por mais que fale em nosso favor, a tarefa de resolução deste problema não é dela”, rematou o líder associativo, cuja associação existe há mais de duas décadas.