Um Ministério de “independências”

Um Ministério de “independências”

A ministra do Turismo deve visitar hoje alguns empreendimentos hoteleiros em Luanda. Não sei no que vai dar, mas sei que pouco pode mudar. Porque há muita coisa que não depende dos empresários e nem do ministério, como as acessibilidades, a água potável, a energia eléctrica, a segurança pública, aos preços dos ingredientes. E também não depende do ministério a mentalidade saloia novo-riquista dos empresários. Alguém se lembra de um ministro do Turismo que seja lembrado, aos olhos do povo, por ter mudado alguma coisa? Nem já por ter força de fechar alguns dos estabelecimentos que praticam os racismos que bem conhecemos. Mas há outras “independências”. Por exemplo, no Huambo, o melhor restaurante da cidade fecha às quinze horas. Reabre à hora do jantar. Turista que chegue às dezasseis horas… aliás, no Huambo, quem chegue depois das vinte e uma hora e trinta minutos só com muita sorte consegue lavar ao estômago algum alimento quente. Na Huíla os hotéis preferem “morrer em pé”, às moscas, com os seus preços altos e fraca qualidade. Falando em qualidade, no Norte e no Leste do país, bem, é melhor esquecer, pior que uma certa casa de Luanda, Talatona, em que um sabonete é cortado em quatro e os pedaços distribuídos pelos quartos embrulhados em plástico. Está duro.