Funcionários apanhados a roubar bens da maternidade no Lubango

POR: João Katombela,
na Huíla

Um funcionário administrativo do Hospital Materno- Infantil do Lubango foi surpreendido pela equipa de jornalistas quando carregava, numa motorizada de três rodas, duas camas, um frigorífico, uma banca de cabeceira e um espelho. Eduardo, como diz chamar-se, colocado na secção do Património, aproveitou-se do processo de transferência destes meios para apossar-se deles.

Indagado, o cidadão disse que foi orientado a retirar e guardar todo o material devido ao processo de requalificação do hospital, embora tenha reconhecido que retirou de forma fraudulenta os materiais todos que estavam na motorizada e mostrou interesse em devolver. O processo de reabilitação da referida unidade hospitalar teve início na semana passada. Por este facto, houve a necessidade de se evacuar a Maternidade para o Hospital Central do Lubango, onde funcionará provisoriamente.

A sua evacuação pressupôs igualmente a transferência de alguns bens de uso corrente, com destaque para camas e outros meios de apoio ao funcionamento do Hospital Materno-infantil. “O chefe perguntou que quem queria uma cama ontem (Quarta- feira) e eu disse que sou eu! E fui buscar, mas vou já trazer, está mesmo aqui no Hospital, vou trazer” prometeu. Um outro funcionário, não identificado, procedeu do mesmo modo, tendo oferecido a um dos seguranças da Empresa Flony Seguros uma cama da enfermaria da Maternidade do Lubango. No entanto, não foi possível apuar junto deste funcionário as razões desta oferta ao segurança. Porém, o segurança em serviço explicou, sob anonimato, que apenas recebeu a cama e promete devolvê-la. Depois do flagrante, a equipa de reportagem contactou a direcção da citada unidade sanitária e o administrador da Maternidade do Lubango, João da Conceição, mostrou- se surpreendido com o comportamento dos funcionários, que mancha o nome da instituição, por estarem a se apropriar de bens públicos.

“É triste que funcionários adstritos ao hospital façam isso. Nós orientamos que tirassem o material para depositar num outro local, e não que se apropriassem dos mesmos. Os colegas estão a levar para casa sem autorização prévia”, disse. João da Conceição avançou ainda que em relação aos dois funcionários será elaborado um processo disciplinar no sentido de corrigir a acção por eles praticada e chamar-se-á a empresa de segurança para responsabilizar o seu efectivo.