Trump quer trocar muro por apoio a imigrantes. Democratas dizem “não”

Trump quer trocar muro por apoio a imigrantes. Democratas dizem “não”

O Presidente norte-americano, Donald Trump, apresentou recentemente o seu plano para acabar com o shutdown e, ao mesmo tempo, garantir a segurança da fronteira Sul dos EUA e acabar com a “crise humanitária” que se vive na região. Um plano no qual insistiu na construção do muro, pedindo para tal ao Congresso que desbloqueie 5,7 mil milhões de dólares, prometendo três anos de extensão da protecção para os jovens imigrantes que entraram ilegalmente nos EUA, conhecidos como Dreamers.

Trump, numa intervenção que durou 13 minutos a partir da Casa Branca, disse que o processo de imigração está “estragado” nos EUA, depois de começar por referir que teve a honra de presidir antes da intervenção à cerimónia de cidadania de cinco novos cidadãos.

“Somos todos iguais, somos uma equipa, a saudar a bandeira norteamericana”, referiu, destacando a história de imigração do país. Mas, explicou, o processo migratório está estragado e os EUA estão “a viver com as consequências e elas são trágicas”. Segundo Trump, há uma crise humanitária na fronteira Sul dos EUA que requer “acção imediata”.

O Presidente falou das “milhares de crianças que são exploradas por traficantes e cartéis”, do facto de “uma em três mulheres ser alvo de agressão sexual no caminho até à fronteira”, indicando que muitas mães dão a pílula às filhas menores porque sabem que correm o risco de ser violadas e engravidar.

E lembrou as drogas que estão a entrar nos EUA. “As drogas matam 78 mil norteamericanos por ano e custam 700 mil milhões de dólares ao país”, referiu Trump, indicando que muita dessa droga entra pela fronteira com o México. “A falta de controlo fronteiriço permite que os criminosos entrem nos EUA”, indicou o Presidente.

“Isto tem que acabar agora”, disse, lembrando que enquanto candidato presidencial prometeu acabar com o problema e que essa promessa é algo que pretende cumprir “de uma maneira ou de outra”. Trump pede diálogo “O nosso sistema de imigração devia ser um motivo de orgulho, não uma fonte de vergonha”, lamentou Trump. “O nosso sistema de imigração devia ser a inveja do mundo”.

O Presidente disse que os problemas podem ser resolvidos, mas “só se houver coragem política para fazer o que é justo e certo”. E pediu diálogo em Washington para encontrar essas soluções. “É tempo de reclamar o nosso futuro das vozes extremas que temem o compromisso e exigem as fronteiras abertas”, indicou.

“Estou aqui para dar ao Congresso uma via em frente para acabar o shutdown do Governo e acabar com a crise na fronteira Sul do país”, referiu, dizendo que o plano foi feito depois de ouvir os responsáveis pelas agências de fronteira, assim como pela Segurança Interna. “Eles sabem o que estão a fazer.” E explicou também ter incluído propostas dos democratas, esperando que assim eles deem o seu “apoio entusiástico” ao plano. Trump prometeu reuniões semanais na Casa Branca para discutir os temas de imigração. “É um compromisso de senso comum que ambos os partidos devem abraçar”, disse Trump, deixando claro que a “esquerda radical” nunca controlará as fronteiras.

“Os muros não são imorais, são o oposto, porque vão salvar muitas vidas e impedir que as drogas entrem no país”, defendeu o Presidente.

O plano de Trump inclui: 800 milhões de dólares para ajuda humanitária urgente; 805 milhões de dólares em tecnologia de deteção de drogas para ajudar a garantir os pontos de entrada no país; mais 2750 agentes fronteiriços e oficiais das forças de segurança; e 75 equipas de juízes de imigração para ajudar a lidar com o trabalho acumulado (quase 900 mil casos).